Rússia acusa Kyiv de atacar navio russo em águas da Turquia

A Rússia acusou hoje a Ucrânia de atacar um dos seus navios de guerra enquanto patrulhava a zona económica exclusiva da Turquia, alegando ter destruído três embarcações não tripuladas.

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© REUTERS/Evgenia Novozhenina/File Photo

Lusa
24/05/2023 18:19 ‧ 24/05/2023 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"As forças armadas ucranianas tentaram, sem sucesso, atacar o navio da Frota do Mar Negro Ivan Khours (...) na zona económica exclusiva da Turquia", afirmou o Ministério da Defesa da Rússia, na rede social Telegram.

Segundo Moscovo, este ataque ocorreu quando o navio russo estava a "realizar tarefas destinadas a garantir a operação segura dos gasodutos Turkish Stream e Blue Stream", que transportam gás russo para a Turquia.

"Todas as embarcações inimigas foram destruídas por disparos regulares do navio russo 140 quilómetros a nordeste do Estreito de Bósforo", explicou o Ministério russo.

Vários incidentes envolvendo navios de guerra ou aeronaves russas ocorreram no Mar Negro desde o início da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.

Em março, dois caças russos intercetaram um 'drone' norte-americano, provocando a sua queda em águas internacionais, o que provocou uma escalada de tensões entre Washington e Moscovo.

Em abril de 2022, a Ucrânia afirmou ter afundado um navio da Frota Russa do Mar Negro com mísseis.

A zona também é usada para a exportação de cereais ucranianos, um suprimento crucial para países da África e da Ásia, graças a um acordo patrocinado pela ONU e pela Turquia e que, na semana passada, foi prorrogado por dois meses.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.895 civis mortos e 15.117 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: Rússia e agência nuclear da ONU discutem em Pequim segurança de Zaporíjia

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