O cardeal, arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), foi incumbido pelo Papa de liderar uma missão com o objetivo de "ajudar a reduzir as tensões no conflito na Ucrânia", segundo a secretaria de Estado do Vaticano.
Numa missa celebrada na Basílica de São Pedro e diante dos bispos italianos - que estão reunidos há alguns dias -, Zuppi recordou "a angústia na alma do povo ucraniano, que anseia pela paz e que chora por aqueles que não regressaram, engolidos pela máquina de morte fratricida que é a guerra".
Na homilia, o cardeal destacou a importância da coragem para "escutar, discernir e decidir por Deus e pelo bem da Igreja" e a importância da unidade, porque "a guerra começa quando se aceita a divisão".
O cardeal referiu que o pessimismo é um "veneno perigoso" que "pode ser acompanhado de julgamentos inteligentes, mas sempre se transforma em indiferença. Tudo pode mudar e nada é impossível para quem acredita".
"O Evangelho não tem fronteiras (...), incluindo aquelas que ainda não foram exploradas e aquelas que podem ser hostis", acrescentou.
Já durante a abertura da assembleia da CEI, na terça-feira, Zuppi declarou que a guerra é "como uma pandemia" que "afeta a todos" e pediu uma reflexão sobre as palavras de Francisco em relação aos esforços criativos para a paz.
O cardeal foi designado pelo Papa para cumprir a missão que o próprio Francisco anunciou ao regressar da sua viagem à Hungria.
Como revelou o Vaticano no sábado, Zuppi foi designado por Francisco para "liderar uma missão que contribua para reduzir as tensões no conflito na Ucrânia na esperança, nunca abandonada pelo Santo Padre, de um início no processo de paz".
"Os termos desta missão e a sua modalidade estão atualmente em estudo", explicou no sábado o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni.
A Zuppi mediou em 1990, com a Comunidade de Sant'Egidio, a guerra civil em Moçambique e também esteve em 2017 no ato da entrega das armas do grupo terrorista basco ETA, na cidade francesa de Bayonne (sul).
Francisco pediu em várias ocasiões o início de um diálogo para acabar com a guerra na Ucrânia, que teve o seu princípio com a invasão da Rússia em fevereiro de 2022.
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