Arnaldo Manuel Carlos falava à imprensa no final da segunda sessão extraordinária do Conselho de Ministros, orientada pelo Presidente angolano, João Lourenço, que aprovou o Plano Nacional de Prevenção e Segurança Rodoviária 2023-2027.
De acordo com o comandante-geral da Polícia Nacional de Angola, a sinistralidade rodoviária continua a ser a segunda causa de mortes no país, depois da malária, com o registo em 2022 de 2.999 mortes e mais de 15.000 feridos, de um total de 13.000 acidentes de viação.
Segundo o responsável, o plano tem 29 objetivos operacionais e 146 ações-chave, a serem executadas por diferentes departamentos ministeriais, entre as quais reduzir a sinistralidade rodoviária em 50% até 2027, colocar Angola no 'ranking' dos 10 países de África com a menor taxa de sinistralidade rodoviária e entre os cinco países com baixa taxa de mortalidade a nível da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
"Com a aprovação deste instrumento, o executivo pretende melhorar o processo de formação de condutores de veículos, desenvolver uma cultura de educação rodoviária, garantir uma gestão eficiente e aumentar os níveis de segurança das infraestruturas, dos veículos, dos utentes das vias, assim como aperfeiçoar e expandir os serviços de socorro e assistência às vítimas de acidentes", disse o comandante-geral.
Sobre a situação da sinistralidade rodoviária no país, Arnaldo Manuel Carlos referiu que se regista a média diária de 18 a 20 acidentes e entre cinco a 10 mortes por dia, duas e três vezes superiores aos que registam nos crimes comuns.
"Quando, por exemplo, se registam cinco homicídios são registados, por exemplo, 20 mortes da sinistralidade rodoviária, logo o quadro não é bom, é bastante preocupante", salientou.
Para Manuel Carlos, "o quadro é de todo menos bom do ponto de vista de sinistralidade rodoviária", ressaltando que as quase 3.000 mortes contabilizadas em 2022 não incluem as de feridos que possam ter evoluído para óbito.
Entre as principais causas de acidentes estão os atropelamentos, por imprudência dos condutores e a falta de educação rodoviária dos transeuntes de um modo geral, apontou o responsável da Polícia Nacional, apontando também o mau estado das estradas, e dos veículos, entre outros fatores.
Leia Também: Amnistia entrega milhares de assinaturas para libertação de ativista