Este novo número é considerado "o mais elevado alguma vez registado naquele país" africano, em resultado da continuação dos combates que começaram a 15 de abril entre o exército regular e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, sigla em inglês).
"A necessidade de assistência humanitária é mais importante do que nunca para as crianças no Sudão, onde as pessoas mais vulneráveis estão a lutar para sobreviver e se proteger e é cada vez mais difícil garantir o acesso às necessidades básicas", afirmou a diretora regional da UNICEF para o Médio Oriente e Norte de África, Adele Khodr, em comunicado.
Adele Khodr sublinhou que os combates das últimas seis semanas no Sudão deslocaram mais de um milhão de pessoas, incluindo 319.000 que atravessaram a fronteira para os países vizinhos, cerca de metade das quais são crianças.
"A situação, que já era terrível para as crianças antes do conflito, atingiu agora níveis catastróficos, com o acesso a alimentos, água potável, eletricidade e telecomunicações pouco fiável, inacessível e incomportável", acrescentou.
Khodr sublinhou ainda a necessidade de aumentar o tratamento das mais de 620.000 crianças que sofrem de desnutrição aguda no Sudão e avisou que, "sem uma resposta humanitária imediata e abrangente, as consequências da deslocação, da falta de serviços sociais básicos e de proteção terão efeitos devastadores a longo prazo nas crianças".
E afirmou que, apesar da situação "difícil" e da "insegurança", a UNICEF continua a operar no Sudão, onde tem sido capaz de fornecer, "juntamente com os parceiros, os tão necessários suprimentos de saúde, água, saneamento e nutrição em todo o país".
O Sudão, que sofre de numerosos problemas económicos, sociais e de saúde desde antes do conflito, faz parte de uma lista de 22 países onde se espera que a insegurança alimentar aguda aumente em magnitude e gravidade nos próximos seis meses, afirmaram a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e o Programa Alimentar Mundial (PAM).
"As crianças do Sudão merecem uma oportunidade de sobreviver e prosperar (...) todas as partes não devem poupar esforços para proteger as crianças e os seus direitos", concluiu a Unicef.
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