África do Sul procura mais fornecimento de eletricidade em Moçambique

Os ministros do Planeamento e Eletricidade sul-africanos reuniram-se com o ministro dos Recursos Minerais e Energia moçambicano para procurar opções de fornecimento que resolvam a falta de eletricidade que a África do Sul enfrenta.

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Lusa
30/05/2023 17:03 ‧ 30/05/2023 por Lusa

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"Temos um défice de 6000 megawatts [MW] de energia e gostaríamos de explorar todas as opções que estejam ao alcance de Moçambique", referiram Maropene Ramokgopa, ministra da Presidência para o Planeamento, e Kgosientsho Ramokgopa, que tutela a área da Eletricidade, citados num comunicado do Ministério dos Recursos Minerais e Energia (Mireme) de Moçambique.

"Cada megawatt que estiver disponível terá uma contribuição importante para reduzir o défice que tem afetado o nosso país e que tem estado na origem de apagões, afetando seriamente a nossa economia", disse Maropene durante as conversações.

Carlos Zacarias, ministro moçambicano dos Recursos Minerais e Energia, "assegurou a disponibilidade de Moçambique para trabalhar em conjunto com a África do Sul prometendo avaliar soluções de curto prazo", lê-se no comunicado do Mireme.

As partes voltarão a reunir-se em junho para avaliar todas as possibilidades de cooperação.

"Estamos certos de que Moçambique e a África do Sul podem elevar o setor energético regional a um patamar superior, explorando o potencial e reforçando as infraestruturas de interligação", apontou Zacarias.

A África do Sul já é o principal comprador da capacidade instalada da Hidroelétrica de Cahora Bassa, no centro de Moçambique, maior albufeira produtora da África Austral (2075 MW), num contrato de compra de energia que vai até 2029. 

"O país enfrenta uma crise energética sem precedentes e Moçambique, com os seus vastos recursos entre fontes renováveis (solar, hídrico, eólico, biomassa) e de gás natural posiciona-se como solução para o país vizinho", refere o Mireme na mesma nota.

Entre vários projetos em curso destaca-se o da Central Térmica de Temane, a maior central elétrica do pós-independência, com uma capacidade de 450MW a partir de janeiro de 2025, com recurso às reservas de gás natural de Pande e Temane.

"Este projeto irá aumentar para 975 MW a capacidade instalada de 2014 a 2024 e, tendo em conta o aumento da demanda em 260 MW no mesmo período, Moçambique deverá contar com cerca de 700 MW de excedente, após atender as necessidades internas do país", sublinha o Mireme.

A médio e longo prazo afigura-se ainda como solução a energia a ser produzida pelo projeto hidroelétrico de Mphanda Nkuwa - ainda no papel -, que numa primeira fase terá uma capacidade instalada de até 1500 MW, com potencial para mais 900 MW de expansão numa segunda fase.

O Mireme anunciou na sexta-feira que um consórcio liderado pela Eletricidade de França e que integra a Total como "concorrente preferencial" para desenvolver o projeto, orçado em 4,5 mil milhões de dólares.

Leia Também: Moçambicanos dormem ao relento para conseguir recenseamento eleitoral

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