Sudão: EUA anunciam sanções contra responsáveis pela violência

A Casa Branca anunciou hoje a aplicação de sanções contra atores "que estão a perpetrar a violência" no Sudão, tendo em conta que as partes em conflito não cumprem o acordo de cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos (EUA).

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Lusa
01/06/2023 16:55 ‧ 01/06/2023 por Lusa

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O Departamento de Estado revelou que os EUA vão impor restrições de visto a indivíduos específicos do Sudão, incluindo responsáveis das Forças Armadas sudanesas e dos seus opositores do grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido, além de líderes do antigo regime de Omar al-Bashir, que são "responsáveis ou cúmplices de minar a transição democrática" do Sudão.

"Estas medidas destinam-se a responsabilizar os responsáveis por minar a paz, a segurança e a estabilidade do Sudão", disse o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, em comunicado.

Em 4 de maio, o Presidente norte-americano, Joe Biden, tinha já falado em sanções, ao emitir uma ordem executiva que dava autorização para ajudar a pôr fim ao conflito.

Já hoje, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, tinha dito que Washington estava a estudar sanções contra os líderes do Sudão, após o fim da trégua nos combates.

Em declarações a jornalistas após uma reunião ministerial da NATO, em Oslo, Blinken não tinha revelado a natureza exata dessas sanções nem culpou nenhum dos lados em particular pela violação da trégua, mas frisou que o compromisso de Washington para conseguir a paz permanece.

"Vemos que a ajuda humanitária está a avançar", notou Blinken, mas a trégua foi "incrivelmente frágil" e hoje "assistimos a ações -- mais uma vez, de ambas as partes -- em flagrante violação dos compromissos que assumiram", acrescentou.

Os Estados Unidos pediram aos lados beligerantes do Sudão que voltem às negociações de cessar-fogo e façam um esforço concertado para respeitar uma trégua duradoura.

O apelo do Departamento de Estado norte-americano surgiu depois de, na quarta-feira, os militares sudaneses terem suspendido a sua participação nas negociações, organizadas na Arábia Saudita, com uma delegação da força paramilitar rival.

Os combates entre os militares sudaneses, liderados pelo general Abdel Fattah al-Burhan, e as Forças de Apoio Rápido, comandadas pelo general Mohammed Hamdan Dagalo, eclodiram em meados de abril.

Riad e Washington também disseram que estão prontos para retomar as negociações com os líderes rivais do Sudão, mas só se as partes mostrarem "claramente, com as suas ações, que querem seriamente respeitar o cessar-fogo", segundo um porta-voz do Departamento de Estado.

O conflito já causou a morte de, pelo menos, 850 pessoas e mais de 5.500 feridas, e a deslocação interna e externa de mais de 1,3 milhões de pessoas, segundo as Nações Unidas, além da destruição de instalações civis e de serviços e de levar o sistema de saúde à beira do colapso.

Leia Também: Sudão prolonga encerramento de espaço aéreo devido a violentos combates

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