Blinken vai a Riade analisar conflito sudanês e relações regionais

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, desloca-se na próxima semana à Arábia Saudita, aliada fundamental com o qual Washington mantém relações delicadas, para analisar o conflito sudanês, em que ambos servem como mediador

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© STEFANI REYNOLDS/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
02/06/2023 18:21 ‧ 02/06/2023 por Lusa

Mundo

Antony Blinken

Segundo anunciou hoje a Casa Branca, a visita de Blinken ao reino saudita, de terça a quinta-feira, ocorre numa altura em que não tem sido possível assinar quaisquer tréguas entre os generais beligerantes, apesar da mediação.

Num comunicado, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Matthew Miller, indicou que Blinken irá também discutir com responsáveis sauditas a "cooperação estratégica" entre os dois países em questões regionais e bilaterais, 

Na quarta-feira, o chefe da diplomacia norte-americana participará também numa reunião ministerial no Conselho de Cooperação do Golfo, seguida, na quinta-feira, de uma reunião da coligação de países que combatem o grupo Estado Islâmico (EI) em Riade.

A viagem ocorre algumas semanas após a efetuada pelo conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, e quase um ano depois da viagem do Presidente Joe Biden, no verão de 2022, que foi um sucesso misto.

As relações entre Washington e Riade são notoriamente complicadas, com a administração Biden a acusar a rica monarquia petrolífera do Golfo de abusos aos direitos humanos e de baixar os preços do petróleo bruto.

O caso do assassínio do jornalista Jamal Khashoggi, em 2018, por agentes sauditas em Istambul, continua vivo, apesar de os Estados Unidos terem dado um passo em frente e, aparentemente, deixado cair o tema nas relações bilaterais.

Por outro lado, o Presidente Biden apelou a um "reexame" das relações com Riade após a decisão do reino, em outubro passado, de reduzir a produção de petróleo.

Mas o aliado saudita, ao qual Washington forneceu um grande número de armas, desempenha um papel fundamental na região, e os responsáveis norte-americanos não escondem o desejo de estreitar os laços, apesar das muitas diferenças de opinião.

Os esforços de paz no Iémen devem ocupar um lugar de destaque nas discussões de Blinken, assim como a normalização entre o reino saudita e Israel ao abrigo dos Acordos de Abraão.

Estes acordos, iniciados pelo antigo Presidente dos Estados Unidos Donald Trump, permitiram que vários países árabes normalizassem as relações com o Estado judaico.

Mas Riade condiciona qualquer normalização ao reconhecimento de um Estado palestiniano e exige também garantias de segurança por parte dos Estados Unidos.

Quarta-feira, perante uma comissão parlamentar, a alta funcionária do Departamento de Estado responsável pelo Médio Oriente, Barbara Leaf, reconheceu que existe uma grande "excitação" em torno desta questão, ao mesmo tempo que defendeu uma "abertura gradual" entre israelitas e sauditas, citando como exemplos os intercâmbios culturais e o desporto.

Em relação ao Iémen, o país mais pobre da Península Arábica e devastado por anos de guerra, tem desfrutado de um período de calma desde uma trégua negociada pela ONU em abril de 2022.

Desde 2015, a Arábia Saudita lidera uma coligação militar no vizinho Iémen para apoiar as forças pró-governamentais contra os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão.

Leia Também: Chefe da diplomacia americana considera um fracasso a guerra de Putin

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