"Bruno e Dom mereciam e deveriam estar aqui hoje, nesse momento que eles teriam o Governo brasileiro como aliado e não como inimigo, ao contrário do que aconteceu nos últimos quatro anos", afirmou o Presidente brasileiro, no Palácio do Planalto, em Brasília, no dia em que se assinala o Dia Mundial do Ambiente, com a presença de familiares e amigos dos dois assassinados.
"A melhor maneira de honrá-los é garantir que a sua luta não tenha sido em vão", frisou Lula da Silva.
Também a ministra do Ambiente, Marina Silva, recordou Bruno e Dom lembrado que foram "brutalmente assassinados quando estavam defendendo uma causa que o Estado deveria estar defendendo".
O duplo homicídio ocorreu perto do município de Atalaia do Norte, num local inóspito próximo da fronteira do Brasil com o Peru e a Colômbia, onde os dois recolhiam informações para o livro que Phillips estava a escrever sobre ameaças contra os indígenas brasileiros.
Embora o jornalista britânico e o especialista brasileiro estivessem desaparecidos desde 5 de junho do ano passado, os seus corpos só foram encontrados 11 dias depois, após a confissão de um dos suspeitos do crime.
As duas vítimas foram baleadas e esquartejadas, antes de os seus restos mortais serem cremados e escondidos num local de difícil acesso no meio da selva, segundo informaram então as autoridades.
O assassinato causou um choque global e expôs as ameaças que espreitam na Amazónia, especialmente naquela região, o vale do rio Javari, um dos locais com maior número de indígenas isolados do mundo e onde a pesca e a caça clandestina convivem com o tráfico de drogas e a pirataria.
Um ano depois dos crimes, três pessoas permanecem detidas: o cidadão colombiano Rubens Villar, conhecido como Colômbia, e que aparentemente foi o mandante dos assassinatos, o pescador Amarildo da Costa Oliveira, que confessou os assassinatos, e o pescador Jânio Freitas de Souza, que teria ajudado a esconder os corpos.
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