Kremlin acusa Kyiv de "sabotar" barragem para "privar Crimeia" de água

Em causa está a destruição da barragem em Kherson, que marcou a atualidade desta terça-feira no âmbito do conflito no leste europeu.

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Notícias ao Minuto
06/06/2023 14:47 ‧ 06/06/2023 por Notícias ao Minuto

Mundo

Guerra na Ucrânia

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, negou, esta terça-feira, que Moscovo tivesse sido o culpado pela destruição da barragem em Kherson, onde está localizada uma central hidroelétrica que fornece a Crimeia de água.

A destruição aconteceu hoje e, durante toda a manhã, responsáveis de ambos os lados acusaram o outro de destruir o local.

“Estamos a falar de uma sabotagem deliberada por parte da Ucrânia. Esta sabotagem pode resultar em sérias consequências para dezenas de residentes da região”, afirmou Peskov, citado pela agência Tass, falando também em “consequências ambientais”.

O porta-voz do Kremlin sublinhou que Kyiv deverá ser “responsabilizado” pela situação, acusando também o governo ucraniano de querer ‘fechar’ a torneira à Crimeia, região ucraniana que foi anexada por Moscovo em 2014 e que Kyiv já fez questão de sublinhar que quer de volta.

“Esta sabotagem era um dos objetivos para privar a Crimeia de água”, rematou, em conferência de imprensa. Para além deste motivo, Peskov defende que este ataque acontece também porque “os ucranianos não estão a alcançar os seus objetivos”.

Peskov defendeu ainda que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, está a acompanhar o assunto ao receber relatórios não só do Departamento da Defesa do país, como também de “outros serviços”.

Já vários responsáveis reagiram a esta situação, tendo o chefe da União Europeia, Josep Borrell, considerado que a situação leva ofensiva a "níveis sem precedentes". Também o líder da NATO, Jens Stoltenberg apontou o dedo à situação, considerando este um "ato ultrajante".

Para além de fornecer água à Crimeia, a barragem fornece também para a central nuclear de Zaporíjia. Os responsáveis da Agência Internacional de Energia Atómica disseram que a situação estava a ser monitorizada, mas sublinharam que "não há perigo imediato".

Leia Também: Destruição de barragem leva ofensiva russa a "nível sem precedentes"

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