A decisão para a extradição cabe agora ao governo sueco, naquele que, de acordo com os órgãos de comunicação nacionais, é o primeiro apoiante do PKK, uma organização classificada como terrorista por Bruxelas e Ancara, a ser extraditado pela Suécia para a Turquia.
O homem, de 35 anos, foi condenado a mais de quatro anos de prisão na Turquia, em 2014, por transportar uma saco que continha canábis, noticiou o jornal Aftonbladet.
Depois de ser libertado em liberdade condicional, mudou-se para a Suécia, mas foi detido em agosto, a pedido do Ministério Público turco, que exigiu o cumprimento do restante da pena.
Este homem afirma ser alvo das autoridades turcas por causa do seu apoio ao PKK.
Centenas de pessoas que gritaram palavras anti-OTAN e bandeiras do PKK marcharam em Estocolmo no domingo, denunciando a nova legislação antiterrorismo sueca que disseram ter sido adotada sob pressão da Turquia para permitir a entrada do país escandinavo à Aliança Atlântica.
A nova lei, que entrou em vigor na Suécia a 01 de junho, introduz processos por "participação numa organização terrorista", reforçando a legislação do país nesta matéria, uma das condições impostas pela Turquia para levantar o seu veto à entrada na NATO, aliança da qual é membro desde 1952.
Reeleito em 28 de maio como líder da Turquia, o Presidente Erdogan pede em particular a extradição pela Suécia de várias dezenas de ativistas curdos.
A Turquia tem bloqueado há 13 meses a adesão da Suécia à Aliança Atlântica acusando Estocolmo de acolher militantes curdos do PKK.
A Suécia pediu para aderir à NATO no ano passado e, perante o veto da Turquia, assinou um acordo em que assumiu compromissos para permitir levantar o bloqueio de Ancara.
Esta segunda-feira, o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, garantiu que a Suécia já fez tudo aquilo com que se comprometeu para entrar na NATO, acrescentando que cabe agora à Turquia tomar a decisão que lhe corresponde.
O secretário-geral da NATO, Jens Soltenberg, pediu no domingo para a Turquia levantar o bloqueio à adesão da Suécia antes da cimeira da organização prevista para Vilnius em 11 e 12 de julho, realçando que os suecos cumpriram as suas obrigações para com a Turquia.
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