México confirma morte de oito trabalhadores de 'call center' de cartel
As autoridades mexicanas confirmaram na terça-feira a morte de quatro jovens, trabalhadores num 'call center' operado por um cartel de droga, cujos restos mortais foram encontrados em 45 sacos de plástico na semana passada.
© Lusa
Mundo México
O governo do estado de Jalisco, no oeste do México, disse num comunicado que testes forenses confirmaram a identidade dos restos encontrados no fundo de uma ravina com 40 metros de profundidade em Zapopan, um subúrbio da cidade de Guadalajara.
Um agente policial norte-americano disse à agência de notícias Associated Press que os jovens desapareceram no final de maio, aparentemente depois de tentarem deixar o 'call center', que era operado pelo cartel Jalisco New Generation, considerado o cartel mais violento do México.
O cartel de Jalisco é conhecido por tratar supostos traidores, informantes ou desertores de forma implacável, operando segundo uma regra não escrita que as únicas formas de abandonar o grupo são a morte ou a prisão.
Autoridades confirmaram que o cartel se ramificou para além das suas atividades tradicionais de tráfico de drogas, extorsão e sequestro, e que agora opera 'call centers' que tentam roubar dinheiro a norte-americanos e canadianos através de ofertas falsas de 'time-sharing' (habitação periódica).
O subsecretário do Tesouro dos EUA para terrorismo e inteligência financeira, Brian E. Nelson, disse num comunicado em abril que as fraudes de 'time-sharing' "geralmente visam cidadãos idosos dos EUA e podem defraudar vítimas das economias de uma vida".
O FBI disse num relatório, divulgado este ano, que "recebeu mais de 600 reclamações, com perdas de aproximadamente 39,6 milhões de dólares [34,5 milhões de euros], de vítimas contactadas por golpistas em relação a 'time-sharing' de propriedades do México".
Um grupo ativista que reúne famílias de mexicanos desaparecidos, "Por Amor a Ellxs" (Por amor a eles), disse que há cerca de 15 mil pessoas desaparecidas em Jalisco, de um total de cerca de 112 mil em todo o país.
Na terça-feira, o Ministério Público de Jalisco anunciou que 27 corpos foram descobertos em 25 de maio no município de Tlajomulco de Zuniga, também nos subúrbios de Guadalajara. Oito corpos foram identificados.
No mesmo dia, o Ministério Público de Colima, estado do oeste do México, revelou a descoberta de "92 restos mortais e ossos humanos", sem especificar o número de vítimas.
Na segunda-feira, uma organização não-governamental afirmou ter encontrado seis cadáveres em Salamanca, no estado de Guanajuato, no centro do México.
O México registou mais de 340 mil assassínios e cerca de 100 mil desaparecimentos, atribuídos principalmente a organizações criminosas, desde o lançamento, em dezembro de 2006, de uma vasta operação militar destinada a combater o tráfico de droga.
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