Giuliani nega acusações de coação sexual e fala em "frenesim mediático"

O antigo advogado de Donald Trump, que caiu em desgraça após promover incessantemente as mentiras do anterior presidente, é ainda acusado de não pagar os salários a Noelle Dunphy e de fazer "declarações sexistas e racistas".

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Notícias ao Minuto
07/06/2023 08:39 ‧ 07/06/2023 por Notícias ao Minuto

Mundo

Estados Unidos

O antigo mayor de Nova Iorque, Rudy Giuliani, negou categoricamente todas as acusações feitas por uma antiga trabalhadora, que o acusou de coação sexual e falta de pagamento de salários, afirmando na sexta-feira que as acusações são "imaginárias" e estão repletas de exageros que pretendem "criar um frenesim mediático".

Na resposta à acusação que foi entregue na sexta-feira, Giuliani disse que teve uma relação consensual com Noelle Dunphy "durante alguns meses" em 2019, mas garantiu que esta alguma vez tenha trabalhado para si ou que a tenha pressionado para ter relações sexuais.

O período de tempo apresentado implicaria que a relação tivesse surgido durante o mandato de Donald Trump na Casa Branca, quando Giuliani trabalhou como advogado pessoal do antigo presidente no caso de uso ilegal de fundos de campanha (o caso que também envolvia Stormy Daniels).

Giuliani afirma ainda, nos documentos citados pela Associated Press, que a queixa que foi apresentada no mês passado, em Nova Iorque, "contém alegações contraditórias", pedindo que o processo seja afastado e que Dunphy seja penalizada por "comportamento inapropriado" pelo tribunal.

Justin Kelton, o advogado da mulher, garantiu na terça-feira que é Giuliani quem está a protagonizar uma "tentativa transparente de evitar responder" à justiça, apontando que "as alegações no centro desta moção" são factuais e que Dunphy trabalhou de facto para o antigo autarca.

Noelle Dunphy explicou na queixa que trabalhou para Giuliani como diretora de desenvolvimento empresarial e consultora de relações públicas, entre 2019 e 2021, sem contrato, pedindo uma indemnização de 10 milhões de dólares (cerca de 9,4 milhões de euros).

A mulher referiu que o ex-mayor de Nova Iorque prometeu-lhe pagar um milhão de dólares por ano (cerca de 937 mil euros), e disse que o faria quando tivesse terminado o processo de divórcio com a sua terceira mulher. O divórcio surgiu em dezembro de 2019, mas Dunphy alega que só recebeu pagamentos em dinheiro no valor de 12 mil dólares (cerca de 11.200 euros).

Dunphy - que deu permissão à Associated Press para ser identificada como vítima de violência sexual - contou ainda que Rudy Giuliani bebia muito, consumia bastante Viagra e fazia questão de fazer dos seus desejos sexuais um "requisito absoluto do trabalho" da consultora. A queixosa compara mesmo o comportamento de Giuliani ao demonstrado no filme 'Borat 2', no qual o homem é apanhado com as mãos no interior das calças ao lado da jovem mulher, que se fazia representar por uma jornalista.

A defesa de Giuliani vincou que, caso o processo siga em frente, que pretenderá que estas descrições "caluniosas" sejam desconsideradas do caso.

Para juntar ao bolo de acusações, Dunphy apontou ainda que gravou várias conversas e discussões com o advogado, nas quais é possível ouvi-lo fazer comentários sexuais, exigir atos sexuais e expressar opiniões racistas e sexistas.

Rudy Giuliani enfrenta assim mais um processo nos tribunais norte-americanos, continuando a ter de responder pelo seu papel nas tentativas de reversão dos resultados eleitorais de 2020. Na altura, Giuliani representou Donald Trump, que continua a defender que venceu as eleições presidenciais, ficando envolvido nas tentativas de subversão de autoridades locais.

Desde então, o advogado tem caído a pique em termos de popularidade, de estatuto e de consideração política. Giuliani foi mayor de Nova Iorque durante o 11 de Setembro e chegou mesmo a ser capa da revista TIME, devido à forma como geriu as consequências do ataque na cidade, além de se tornar numa figura pública acarinhada e uma presença regular em programas de ficção e comédia.

Agora, o ex-advogado e ex-candidato presidencial é um alvo constante de gozo, passando da Casa Branca e do topo do Partido Republicano a ganhar dinheiro com mensagens de vídeo a dar os parabéns aos seus fãs.

Leia Também: Rudy Giuliani, ex-advogado de Trump, acusado de agressão sexual

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