EUA perto de acusar Trump em caso de arquivos retirados da Casa Branca

O Ministério Público dos Estados Unidos enviou a Donald Trump um documento que confirma a existência de provas substanciais de que o ex-Presidente cometeu um crime ao levar arquivos da Casa Branca, avançou a imprensa norte-americana.

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Lusa
08/06/2023 05:58 ‧ 08/06/2023 por Lusa

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Donald Trump

O documento, enviado pelo Departamento de Justiça aos advogados de Trump, antecede geralmente acusações criminais, referiram vários órgãos de comunicação social na quarta-feira à noite.

Um grande júri federal, que investiga Trump no estado da Florida (sudeste), ouviu na quarta-feira pelo menos mais uma testemunha: Taylor Budowich, que serviu como porta-voz de Trump, depois de o empresário ter abandonado a presidência do país.

"No que só pode ser descrito como um esforço falso e profundamente perturbador de usar o poder do governo para 'apanhar' Trump, cumpri uma obrigação legal de testemunhar perante um grande júri federal e respondi honestamente a todas as perguntas", disse Budowich, na rede social Twitter.

"Acho que o sinal é cada vez maior de que as acusações contra o ex-Presidente serão na Florida", disse, à agência de notícias Associated Press, o antigo procurador do Departamento de Justiça Brandon Van Grack, que integrou uma equipa de investigação aos laços entre a Rússia e a campanha de presidencial Trump em 2016.

Ao sair da Casa Branca, depois de derrotado por Joe Biden, nas eleições presidenciais de 2020, para se instalar na sua residência Mar-a-Lago, na Florida, Trump levou consigo caixas cheias de documentos.

Contudo, uma lei de 1978 obriga todos os Presidentes norte-americanos a entregar a totalidade das mensagens de correio eletrónico, cartas e outros documentos de trabalho aos Arquivos dos EUA.

Uma outra lei sobre espionagem interdita, de forma geral, a posse de comentos classificados como confidenciais em locais não autorizados, nem seguros.

Em janeiro do ano passado, Trump entregou 15 caixas. Depois de ver o conteúdo, a polícia federal (FBI, na sigla em inglês) estimou que o republicano tinha provavelmente ficado com outras tantas.

Em 08 de agosto, agentes do FBI realizaram uma busca, com base num mandado que mencionava "retenção de documentos classificados" e "entrave a inquérito federal" e apreenderam cerca de 30 caixas.

Trump, que pretende ser escolhido pelos republicanos para as eleições presidenciais de 2024, declarou "estar a ser perseguido" por uma justiça nas mãos dos democratas.

Em novembro e para contrariar estas acusações, o secretário da Justiça norte-americano, Merrick Garland, nomeou um procurador especial, Jack Smith, para dirigir esta e uma outra investigação sobre o papel de Trump no assalto ao Capitólio.

Em paralelo, um outro procurador especial está a investigar os documentos classificados como confidenciais, encontrados, no início do ano, num antigo gabinete e em casa de Biden pelos advogados do atual Presidente dos EUA. Os advogados entregaram os documentos à justiça.

Por outro lado, Trump foi acusado, em abril, pelo estado de Nova Iorque, de falsificação de documentos contabilísticos ligados ao pagamento, antes da eleição de 2016, de 150 mil dólares (140 mil euros) a uma estrela de filmes pornográficos, em troca do silêncio sobre uma alegada relação sexual.

Leia Também: Inquérito ao caso dos documentos levados por Trump aproxima-se do fim

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