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NATO faz maior exercício aéreo num cenário de invasão por forças de leste

A NATO vai realizar o maior exercício de defesa aérea desde que foi criada entre 12 e 23 de junho, na Alemanha, com a participação de 10.000 efetivos e 220 aeronaves de 25 países.

NATO faz maior exercício aéreo num cenário de invasão por forças de leste
Notícias ao Minuto

09:54 - 09/06/23 por Lusa

Mundo NATO

Denominado Air Defender 2023 (AD23), o exercício será coordenado pela Força Aérea Alemã (Luftwaffe) e nele irão participar Suécia e Japão, dois países que não integram a NATO (sigla em inglês da Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Participam também Bélgica, Bulgária, Chéquia, Croácia, Dinamarca, Eslovénia, Estados Unidos, Estónia, Espanha, Finlândia, França, Hungria, Itália, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Noruega, Países Baixos, Polónia, Reino Unido, Roménia e Turquia.

"Queremos demonstrar a agilidade e rapidez das Forças Aéreas como primeira resposta e mostrar o poder aéreo da NATO", disse o comandante da Luftwaffe, tenente-general Ingo Gerhartz, citado numa publicação da Aliança Atlântica.

O oficial alemão referiu que 100 aviões dos Estados Unidos estarão a voar na Europa durante o exercício para destacar que a dimensão transatlântica "é uma prova sólida da coesão e da solidariedade da NATO".

O maior exercício de defesa aérea da NATO vai realizar-se em plena guerra da Rússia contra a Ucrânia, iniciada por Moscovo em 24 de fevereiro de 2022.

Os países da NATO têm fornecido armamento às forças armadas ucranianas para combaterem as tropas russas, no que Moscovo considera ser uma "guerra por procuração" travada pelo Ocidente contra a Rússia.

A colaboração dos países participantes no AD23 "permite uma dissuasão credível contra um potencial agressor", segundo o chefe da Luftwaffe.

O exercício tem como pano de fundo a invasão fictícia da Alemanha por forças especiais da organização Brückner e outras forças da aliança militar de leste OCCASUS (ocaso, em português), após um confronto de anos com a NATO.

A Rússia, que liderou a aliança militar do Pacto de Varsóvia durante a Guerra Fria entre a antiga União Soviética e o Ocidente, mobilizou uma organização militar privada, o Grupo Wagner, para combater na Ucrânia.

Chefiado pelo empresário Yevgeny Prigozhin, um aliado do Presidente Vladimir Putin, o Grupo Wagner esteve em destaque na batalha por Bakhmut, no leste da Ucrânia, considerada a mais longa e sangrenta desde o início da guerra.

No cenário fictício do AD23, as forças aéreas e terrestres introduzidas na Alemanha a partir do Leste controlam cerca de um quarto do país e tentam avançar para o Mar Báltico e conquistar o porto de Rostock (norte).

"Em consequência, a aliança ocidental desencadeia um estado de defesa [coletiva do território da aliança] ao abrigo do artigo 5.º do Tratado da NATO", segundo o cenário do exercício divulgado pela Luftwaffe.

O artigo 5.º estabelece que um ataque armado contra um Estado-membro da NATO na Europa ou nos Estados Unidos representa um ataque a todos os países da organização, podendo desencadear uma resposta coletiva.

O tratado foi assinado em 04 de abril de 1949, em Washington, pelos 12 países fundadores da NATO, incluindo Portugal, que não participa no exercício AD23.

As tropas e aeronaves participantes no AD23 ficarão estacionadas na Alemanha, Países Baixos e Chéquia.

"Os participantes praticarão Operações Aéreas Compostas em áreas de treino sobre a Alemanha e realizarão as chamadas missões de ida e volta para os Estados Bálticos e a Roménia", segundo a NATO.

As três áreas de exercícios aéreos, no leste, norte e sul da Alemanha, serão utilizadas apenas durante duas a quatro horas por dia, em várias alturas, e, por razões de segurança, estarão fechadas ao tráfego aéreo civil durante esses períodos.

"O ruído das aeronaves não pode ser totalmente evitado. Exercícios como o Air Defender 23 são uma parte importante do treino militar e um pré-requisito para que a Força Aérea Alemã e os seus aliados possam cumprir a missão na defesa nacional e da Aliança", disse a Luftwaffe.

Leia Também: NATO pede apoio rápido na sequência da destruição de barragem ucraniana

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