Igreja Católica no Sudão do Sul apela a reconciliação política na Páscoa

A Igreja Católica no Sudão do Sul fez esta sexta-feira um apelo urgente à reconciliação entre os líderes políticos do país, no meio de tensões crescentes que nas últimas semanas fizeram aumentar os receios de um regresso à guerra civil.

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© AFP via Getty Images

Lusa
18/04/2025 15:18 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Sudão

"A paz só pode ser estabelecida através do diálogo. Nenhuma paz pode ser fundada na guerra ou na tentativa de eliminar o outro lado", defendeu o arcebispo de Juba, cardeal Stephen Ameyu Martin Mulla, em conferência de imprensa, na capital do país, citado pela EFE.

 

O apelo do cardeal acontece numa altura em que se vive um impasse na implementação do acordo de 2018, assinado entre o Presidente sul-sudanês, Salva Kiir, e o vice-presidente Riek Machar, que se encontra em prisão domiciliária desde o final de março, sob acusações de conspiração.

As tensões aumentaram após a recente detenção de Machar por ordem do Presidente Kiir, alimentando os receios de uma nova escalada que poderia levar a um novo conflito civil.

Os dois líderes, que são de diferentes religiões cristãs --- Kiir é católico e Machar é presbiteriano --- assinaram um acordo de paz há sete anos, que incluiu reformas importantes, como a reestruturação do setor de segurança e os preparativos para as eleições, mas os progressos têm sido limitados.

Ameyu manifestou frustração com a falta de progressos concretos e alertou para as consequências de continuar com uma política baseada no confronto.

Em vésperas da Páscoa, o cardeal recordou que este feriado representa a ressurreição e a reconciliação e pediu aos líderes que adotem o perdão como base para uma paz duradoura.

"A viagem em direção à paz duradoura exige que deixemos de lado os fardos do passado, curemos as divisões e construamos confiança", realçou.

O cardeal exortou ainda os líderes a ultrapassarem as divisões étnicas e a trabalharem por uma sociedade em que todos os cidadãos vivam em "segurança, dignidade e proteção".

"A paz que Cristo oferece não é apenas a ausência de conflito, mas a harmonia enraizada na justiça e no amor", concluiu.

Desde a independência do Sudão do Sul, em 2011, o país tem enfrentado vários episódios de violência e conflito interno.

A Igreja tem desempenhado um papel ativo como mediadora nos processos de paz, embora as rivalidades políticas continuem a impedir uma estabilidade duradoura.

Leia Também: Número de civis feridos aumentou 51% no Sudão do Sul em 2024

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