Documentos classificados? Advogados renunciam após Trump ser indiciado

Dois dos advogados de Donald Trump renunciaram hoje após a acusação contra o ex-presidente dos Estados Unidos por manipulação indevida de documentos classificados.

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Lusa
09/06/2023 19:56 ‧ 09/06/2023 por Lusa

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"Esta manhã, apresentamos a nossa renúncia como assessores do presidente Trump e não o representaremos mais no caso em que foi indiciado ou na investigação de 6 de janeiro", referiram os advogados Jim Trusty e John Rowley, num comunicado divulgado pelos órgãos de comunicação norte-americanos.

Trump divulgou através da sua rede social, a Truth Social, mudanças na sua equipa jurídica, sem especificar que tinham resultado de demissões.

"Agradeço a Jim Trusty e John Rowley pelo seu trabalho. Eles enfrentaram um grupo de pessoas muito desonestas, corruptas, más e doentes, como nunca antes visto", sublinhou o ex-presidente (2017-2021).

Segundo Trump, na "maior caça às bruxas de todos os tempos, que agora se encaminha para os tribunais da Florida", será representado por Todd Blanche, advogado que já fez parte de sua equipa jurídica de Nova Iorque.

Na quinta-feira, o próprio Trump informou que tinha sido indiciado no caso dos documentos classificados que levou ilegalmente para a sua residência em Mar-a-Lago (Florida), ao deixar a Casa Branca.

O ex-presidente foi acusado perante um tribunal de Miami de sete crimes federais, incluindo retenção ilegal de segredos do governo, obstrução da justiça e conspiração e a sua audiência está marcada para a próxima terça-feira.

Trump antecipou hoje, na Truth Social, que uma segunda pessoa será acusada neste caso, Walt Nauta, um assistente militar que trabalhou com o republicano o seu mandato como presidente.

Trump, candidato às eleições presidenciais de 2024, foi indiciado em março num tribunal de Manhattan (Nova Iorque) por pagamentos irregulares para silenciar a atriz pornográfica Stormy Daniels durante a sua campanha de 2016.

Esta foi a primeira acusação por crimes contra um ex-presidente dos EUA.

Donald Trump reconheceu em 2021 que estava de posse de informações militares "secretas" não classificadas, segundo uma gravação divulgada pela estação norte-americana CNN e publicada menos de 24 horas depois do ex-presidente ter sido indiciado.

"Quando eu era presidente, poderia ter desclassificado, mas agora não posso", referiu Trump durante uma reunião naquele ano, quando já havia deixado a presidência, em relação a um documento confidencial do Pentágono referente a um ataque ao Irão.

A CNN noticiou na semana passada que os procuradores obtiveram uma gravação de uma reunião naquele ano na sua residência em Bedminster, Nova Jersey, com duas pessoas que trabalhavam na autobiografia do seu ex-chefe de gabinete, Mark Meadows.

No áudio, Trump não faz nenhuma tentativa de esconder a natureza da informação em suas mãos: "Secreta. Essa informação é secreta. Olha, olha isso. Os militares fizeram e deram-me", acrescenta.

A entrevista concedida pelo chefe cessante do Estado-Maior do Exército, o general Mark Milley, na qual o militar admitiu ter ordenado, nos últimos dias da presidência Trump, que os seus subordinados não aceitassem nenhuma ordem ilegal do presidente, fez surgir esta investigação.

Leia Também: Trump anuncia ter sido indiciado no caso dos arquivos da Casa Branca

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