Stoltenberg espera "boa solução" em julho sobre futura integração na NATO

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) disse hoje esperar na cimeira da aliança, marcada para julho, uma "boa solução" para a futura integração da Ucrânia na Aliança Atlântica, prevendo um "programa plurianual" de reformas pelas autoridades ucranianas.

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
14/06/2023 14:13 ‧ 14/06/2023 por Lusa

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"As conversações estão a decorrer e estou confiante de que vamos encontrar uma boa solução na cimeira" da NATO, que decorre a 11 e 12 de julho na capital da Lituânia, Vilnius, declarou Jens Stoltenberg.

Falando em antecipação da reunião dos ministros da Defesa da NATO, que decorre na quinta-feira e sexta-feira em Bruxelas, o secretário-geral da Aliança Atlântica apontou que "a tarefa mais urgente agora é garantir que a Ucrânia prevaleça como uma nação independente e soberana porque, a menos que a Ucrânia prevaleça e possa continuar a ser um Estado democrático na Europa, não há qualquer adesão que deva ser discutida".

"Depois, também espero que os Aliados concordem com um programa plurianual em que ajudemos a Ucrânia a fazer a transição em termos de normas, equipamentos, procedimentos e doutrinas sólidas [...] e ao fazê-lo, claro, estamos a aproximar a Ucrânia da NATO", referiu Jens Stoltenberg, numa alusão também à agenda da reunião desta semana.

Nesta reunião em Bruxelas, será então debatido um "pacote plurianual de apoio com um financiamento substancial para garantir que a Ucrânia se possa defender a longo prazo, fazer a transição sólida para as normas da NATO, alcançar a plena interoperabilidade [...] e reformar e reconstruir o seu setor de segurança e defesa", de acordo com o responsável.

Uma eventual integração da Ucrânia na NATO só poderá ser concretizada no final da guerra da Ucrânia, dado que a Aliança Atlântica se rege pelo artigo 5.º, que prevê reação dos Aliados perante ataque armado contra um dos membros.

O líder da NATO escusou-se a abordar "os diferentes elementos ou as conclusões" sobre esta futura integração, precisamente por ainda estarem a decorrer consultas dentro da Aliança Atlântica, mas salientou que os Aliados "estão de acordo em muitas coisas no que se refere à adesão da Ucrânia", como o facto de "a porta estar aberta" e de que Kiev será futuramente "membro da aliança".

Além disso, "todos concordamos que cabe [...] aos aliados da NATO decidir quando é o momento certo para a Ucrânia se tornar membro da aliança", adiantou Jens Stoltenberg.

Este apoio à integração da Ucrânia na Aliança Atlântica ficou expresso logo na cimeira de Bucareste, realizada em abril de 2008, quando a NATO se congratulou "com as aspirações euro-atlânticas da Ucrânia".

"Acordámos hoje que estes países se tornarão membros da NATO. Ambas as nações têm dado contribuições valiosas para as operações da aliança" e, por isso, "daremos agora início a um período de intenso envolvimento com ambos os países a um nível político elevado, a fim de abordar as questões ainda pendentes relacionadas com as suas candidaturas", refere o comunicado da cimeira de 2008.

O Presidente ucraniano tem vindo a pressionar para avanços nesta adesão e, há duas semanas, por ocasião da segunda cimeira da Comunidade Política Europeia, na Moldova, indicou esperar um "convite claro" na cimeira de julho.

"No verão, em Vilnius, na cimeira da NATO, é necessário um convite claro para a adesão da Ucrânia e são necessárias garantias de segurança no caminho para a integração", declarou Volodymyr Zelensky.

Um dia depois destas declarações, Zelensky reconheceria, numa rara admissão, que a adesão da Ucrânia à NATO será "impossível" antes do fim da guerra em curso com a Rússia.

A cimeira de Vilnius juntará chefes de Governo e de Estado dos atuais 31 Aliados (após a integração da Finlândia em abril passado) que irão decidir novas medidas para reforçar a dissuasão e defesa, bem como para manter o apoio à Ucrânia, face à invasão russa iniciada em fevereiro de 2022.

[Notícia atualizada às 14h37]

Leia Também: Stoltenberg reúne-se com Biden um mês antes da cimeira da NATO

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