"Sejamos claros, este não é um problema grego. Este é um problema europeu", disse António Guterres sobre a tragédia na quarta-feira, que provocou pelo menos 78 mortos e centenas de desaparecidos.
O ex-primeiro-ministro português, em conferência de imprensa, afirmou estar muito chocado com o acontecimento e considerou que chegou o momento de reconhecer que a migração "é inevitável".
"O mundo precisa de migração, mas a migração tem que ser feita de forma regular e ordenada. Se os países não se comprometerem a criar as condições para uma migração ordenada e regular, os migrantes estarão nas mãos de traficantes e as consequências serão tão trágicas quanto o que vimos ontem", reforçou.
Já na quarta-feira, através do porta-voz, António Guterres disse estar "horrorizado" com o naufrágio e apelou a mais rotas migratórias regulares e medidas para salvar vidas no mar.
A Guarda Costeira grega confirmou, pelo menos, 78 mortes e resgatou 104 pessoas, todos homens maiores de idade, oriundos do Paquistão, Afeganistão, Egito, Síria e Palestina.
De acordo com a imprensa local, entre 500 e 700 imigrantes viajavam no barco de 30 metros de comprimento, incluindo mulheres e crianças, a maioria dos quais estava no porão do antigo barco de pesca.
A embarcação partiu do leste da Líbia para Itália e afundou após virar, na quarta-feira, numa das partes mais profundas do Mediterrâneo.
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