EUA acusam Jack Teixeira pela fuga de dados confidenciais do Pentágono
Jack Teixeira, o militar norte-americano suspeito da fuga de documentos secretos dos EUA, foi hoje formalmente acusado de transmitir informações de defesa nacional e extrair dados classificados.
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Mundo Jack Teixeira
O Departamento de Justiça referiu, em comunicado, que Teixeira, lusodescendente de 21 anos que era membro da Guarda Nacional, enfrenta seis acusações de "retenção intencional e transmissão de informações classificadas relacionadas com a defesa nacional".
"Jack Teixeira recebeu do governo dos Estados Unidos acesso a informações classificadas de defesa nacional -- incluindo informações que poderiam causar danos excecionalmente graves à segurança nacional se partilhadas", destacou o procurador-geral norte-americano, Merrick Garland, citado na nota de imprensa.
O suspeito, que foi detido em abril, é acusado de ter distribuído num fórum de discussão da rede social Discord documentos confidenciais de defesa, nomeadamente sobre a guerra na Ucrânia ou a espionagem de países aliados, fugas que envergonharam Washington.
No mês passado, um juiz determinou que Teixeira permanecesse detido, enquanto aguarda julgamento, alegando que libertar o militar representaria um risco de fuga ou de obstrução à justiça.
A família de Jack Teixeira manifestou apoio ao jovem militar e os seus advogados pressionaram o juiz para a sua libertação, defendendo que este não tinha antecedentes criminais.
Merrick Garland realçou ainda que Jack Teixeira partilhou as informações com utilizadores que "sabia que não tinham o direito de recebê-las".
"Ao fazer isso, violou a lei dos EUA e colocou em risco a segurança nacional", lembrou.
O procurador distrital do distrito de Massachusetts, Joshua Levy, lembrou que as pessoas que têm acesso a material classificado têm o dever de proteger essas informações.
Teixeira ingressou na Guarda Nacional em setembro de 2019 e estava autorizado a aceder a informações ultrassecretas desde 2021.
O Departamento de Justiça estima que Teixeira começou a guardar e partilhar os dados confidenciais em janeiro de 2022, disseminando as informações de duas formas: por escrito através daquela plataforma, ou com imagens dos documentos em que se podia ler a classificação de sigilo ou ultrassecreto.
Cada acusação de retenção e transmissão não autorizada de informações de defesa nacional acarreta uma sentença de até dez anos de prisão, de até três anos em liberdade condicional e uma multa de até 250.000 dólares.
O Departamento de Justiça especificou que um juiz federal determinará a sentença, acrescentando que a polícia federal norte-americana (FBI) ainda está a investigar o caso.
Alguns analistas compararam o potencial impacto desta fuga de informação com aquele causado em 2013 por Edward Snowden, quando expôs o alcance dos programas de espionagem em massa que os Estados Unidos lançaram após os ataques de 11 de setembro de 2001.
[Notícia atualizada às 23h35]
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