Pelo menos 25 mortos em "ataque terrorista" a escola no Uganda
Pelo menos 25 pessoas morreram num "ataque terrorista" contra uma escola no oeste do Uganda, declarou hoje o porta-voz da polícia do país da África Oriental.
© Lusa
Mundo Uganda
"Até ao momento, foram encontrados 25 corpos e transferidos da escola para o hospital de Bwera", declarou o porta-voz Fred Enanga.
Bwera situa-se perto da fronteira com a República Democrática do Congo (RDCongo).
A polícia ugandesa atribuiu o ataque às Forças Democráticas Aliadas (ADF, na sigla em inglês), um grupo rebelde com ligações pouco claras ao Estado Islâmico (EI).
A polícia e o exército lançaram uma "perseguição intensa" aos atacantes no parque nacional congolês de Virunga, disseram as autoridades ugandesas, citadas pela agência espanhola EFE.
Segundo a polícia, "um dormitório foi queimado e uma loja de alimentos foi saqueada" durante o ataque, que provocou ainda oito feridos graves.
Os feridos "permanecem em estado crítico no hospital de Bwera", disse o porta-voz da polícia.
As ADF são um grupo rebelde de origem ugandesa, mas estão atualmente baseadas nas províncias congolesas de Kivu do Norte e da vizinha Ituri, perto da fronteira que a RDCongo partilha com o Uganda.
Os objetivos das ADF não são claros e o EI por vezes reivindica a responsabilidade pelos seus ataques.
Embora peritos da ONU não tenham encontrado provas de apoio direto do EI às ADF, os Estados Unidos classificaram o grupo ugandês como uma "organização terrorista" afiliada ao grupo jihadista, em março de 2021.
De acordo com o Barómetro de Segurança de Kivu (KST), as ADF são responsáveis por mais de 3.800 mortes em 730 ataques na RDCongo desde 2017.
As autoridades ugandesas acusaram o grupo de organizar ataques no seu território, incluindo dois atentados suicidas em Kampala, em novembro de 2021, e assassinatos de altos funcionários.
Os exércitos da RDCongo e do Uganda iniciaram, em novembro de 2021, uma operação militar conjunta em solo congolês contra as ADF, que ainda está em curso, embora os ataques dos rebeldes não tenham cessado.
Desde 1998, o leste da RDCongo está mergulhado num conflito alimentado por milícias rebeldes e pelo exército, apesar da presença da missão da ONU no país (Monusco), com cerca de 16 mil efetivos uniformizados no terreno.
[Notícia atualizada às 09h22]
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