Três mortos em confrontos com tropas israelitas na Cisjordânia

Três palestinianos foram mortos, incluindo um menor, e 29 ficaram feridos em confrontos armados que eclodiram hoje em várias partes de Jenin, ao norte da Cisjordânia ocupada, durante uma operação do exército israelita.

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© Nasser Ishtayeh/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

Lusa
19/06/2023 07:56 ‧ 19/06/2023 por Lusa

Mundo

Cisjordânia

O vice-governador da província de Jenin, Kamal Abu al-Roub, disse à agência de notícias France-Presse (AFP) que o exército israelita entrou no campo de refugiados em Jenin por volta das 04:00 (01:00 em Lisboa), originando confrontos violentos.

O Ministério da Saúde palestiniano identificou Khaled Asasa, de 21 anos, Qassam Abu Sariya, 29, e Ahmed Saqr, 15, entre os mortos e disse que pelo menos quatro outros ficaram gravemente feridos no tiroteio.

De acordo com a agência oficial palestiniana Wafa, pelo menos dois palestinianos foram detidos na operação, que visava prender, entre outros, o filho de Jamal Abu al-Hija, um dirigente do Hamas na Cisjordânia, atualmente preso em Israel.

A maioria dos feridos são milicianos que responderam a tiro à operação israelita em Jenin, um dos focos do movimento militante palestiniano, embora uma adolescente de 15 anos tenha também sido atingida por um tiro que entrou na sua casa, segundo a Wafa.

A agência indicou que palestinianos armados dispararam dispositivos explosivos improvisados contra veículos militares israelitas e que vários soldados ficaram feridos, embora o exército israelita ainda não tenha feito qualquer comentário sobre a operação.

O exército israelita lançou uma operação com tanques e helicópteros e usou balas reais, gás lacrimogéneo e granadas de atordoamento no campo de refugiados de Jenin e na aldeia vizinha de Burkin, o que levou a confrontos com palestinianos armados.

O grupo Batalhão de Jenin, que reúne várias milícias ligadas a diferentes fações palestinas no campo de refugiados, confirmou que respondeu "à agressão dos ocupantes".

A Cisjordânia ocupada vive o pico mais alto de violência desde a Segunda Intifada (2000-2005), com 126 palestinianos mortos este ano, incluindo 21 menores, a maioria deles em confrontos armados com tropas israelitas em Nablus e Jenin.

A área tem visto ainda um aumento no número de novos grupos armados palestinianos, ataques contra israelitas, bem como ataques de colonos. Do lado israelita, 21 pessoas morreram nestes incidentes este ano, a maioria colonos.

Desde o início do ano, pelo menos 160 palestinianos, 21 israelitas, um ucraniano e um italiano foram mortos em atos de violência ligados ao conflito israelo-palestiniano, segundo uma contagem da AFP compilada a partir de fontes oficiais israelitas e palestinianas.

Os confrontos surgem um dia depois de um novo revés para as relações israelo-palestinianas, com Israel a aprovar a aceleração da construção de novos colonatos no território ocupado da Cisjordânia e conceder ao ministro de ultra-direita Bezalel Smotrich a autoridade para aprovar todas as fases da iniciativa.

Leia Também: Cisjordânia. Colonos israelitas abrem fogo sobre comunidade palestiniana

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