Teorias que podem explicar o que aconteceu ao submarino desaparecido

A embarcação tem um alcance de 96 horas para a tripulação de cinco pessoas, e um especialista disse esta segunda-feira que acredita que ainda tenha 70 ou mais horas de oxigênio restante.

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© WHOI Archives/Woods Hole Oceanographic Institution/Handout via REUTERS

Marta Amorim
20/06/2023 08:50 ‧ 20/06/2023 por Marta Amorim

Mundo

Titanic

Uma operação de busca e salvamento está em andamento depois de um pequeno submarino usado para levar turistas ao Titanic ter desaparecido no Oceano Atlântico. De acordo com um especialista, existem várias teorias que podem explicar como este desapareceu.

Em declarações à Sky News, o antigo contra-almirante Chris Parry descreveu a linha do tempo do submarino desaparecido como muito preocupante.

"Há uma opção otimista, de que eles perderam a conexão umbilical com a superfície ou realmente houve um mau funcionamento e o submarino continua a operar, mas obviamente sem contato com sua nave-mãe", começou por dizer. 

“Obviamente, no outro extremo da escala, poderia ter ocorrido um acidente. Pode ter-se enredado nos destroços do Titanic", disse ainda, considerando que pode ter existido uma falha "catastrófica"

Parry assevera que a operação de resgate é complicada e "muito difícil". "O que sabemos, é claro, é que o local do naufrágio fica fora de Grand Banks e muito longe de qualquer lugar. As instalações de resgate mais próximas estão na costa leste dos Estados Unidos", lembra. 

Um vez que a própria zona onde se encontra o Titanic é acidentada, e tem "muitos detritos", o uso do sonar não será facilitado. 

Para o especialista, há apenas uma esperança para a tripulação desaparecida - um submarino suplente. 

"A única esperança que acho que se tem é que a nave-mãe tenha um submarino de prontidão que possa realmente descer e investigar imediatamente", asseverou. 

Cinco pessoas desaparecidas 

O empresário e explorador Hamish Harding está entre as cinco pessoas que desapareceram, esta segunda-feira, a bordo do submarino que levava turistas a ver aos restos do Titanic, confirmou a família.

O britânico, pai de dois filhos, é o fundador do Action Group e presidente da Action Aviation, com sede nos Emirados Árabes Unidos.

A embarcação de 6,5 metros, operada pela OceanGate Expeditions, começou a sua descida no domingo, mas perdeu contacto com a superfície menos de duas horas depois, segundo as autoridades.

A Guarda Costeira dos EUA disse ter dois aviões para fazer buscas na área remota no Atlântico Norte, enquanto o Canadá também enviou um avião e um navio.

"É um desafio conduzir uma busca naquela área remota, mas estamos a mobilizar todos os recursos disponíveis para garantir que possamos localizar a embarcação e resgatar as pessoas a bordo", disse o contra-almirante da Guarda Costeira dos EUA, John Mauger, citado pela AFP

O tempo, contudo, é um fator crítico. A embarcação tem um alcance de 96 horas para a tripulação de cinco pessoas, e Mauger disse esta segunda-feira que acredita que ainda tenha 70 ou mais horas de oxigênio restante.

Titanic fica a 3.800 metros de profundidade

Sublinhe-se que várias empresas estão a organizar viagens de vários dias para ver os destroços do Titanic, que se encontram a 3.800 metros de profundidade e a uma distância de cerca de 640 quilómetros da ilha canadiana da Terra Nova.

A OceanGate Expeditions, uma empresa que organiza este tipo de expedições, confirmou em comunicado ser proprietária do submarino e disse que estava a fazer todos os possíveis para trazer a tripulação de volta.

"A nossa atenção está voltada para os membros da tripulação do submarino e para as suas famílias", afirmou a OceanGate Expeditions no comunicado, segundo a agência espanhola EFE.

A empresa disse que tem tido "assistência extensiva" de várias agências governamentais e outras empresas na tentativa de restabelecer o contacto com o submarino.

A OceanGate Expeditions é a única empresa que possui um submarino, chamado 'Titan', capaz de chegar ao fundo do oceano para ver de perto os destroços do Titanic.

O submarino utilizado pela empresa tem normalmente uma tripulação de cinco pessoas.

Em 14 de junho, a empresa afirmou no Twitter que estava a utilizar a empresa de comunicações Starlink para manter a linha de comunicação aberta com a expedição que se dirigia ao Titanic.

O site da empresa anuncia viagens de sete dias para ver os destroços do Titanic e especifica que o preço é de cerca de 250 mil dólares (cerca de 229 mil euros, ao câmbio atual).

O navio de passageiros 'Titanic' afundou-se na viagem inaugural entre o Reino Unido e os Estados Unidos em abril de 1912, depois de ter colidido com um icebergue.

O desastre custou a vida a 1.514 dos 2.224 passageiros e tripulantes.

Os destroços do luxuoso transatlântico só foram encontrados em 1985, mais de sete décadas depois do naufrágio.

Leia Também: Ocupantes de submarino podem sobreviver "várias horas", mas há problemas

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