Um navio de vigilância canadiano detetou mais ruídos subaquáticos na área onde as equipas de resgate procuram o submersível, divulgaram hoje as autoridades responsáveis pela operação.
Apesar as autoridades procurarem numa área mais definida, a localização exata e a origem dos sons ainda não foram determinadas.
"Esta é uma missão de busca e salvamento, 100%. Continuaremos a colocar todos os recursos disponíveis que temos num esforço para encontrar o Titã e os membros da tripulação", sublinhou o capitão Jamie Frederick, da Guarda Costeira, citado pela agência Associated Press (AP).
Frederick destacou que os ruídos foram ouvidos hoje, pelo segundo dia, embora as autoridades não saibam o que são.
O capitão aposentado da Marinha, Carl Hartsfield, agora diretor do Laboratório de Sistemas Oceanográficos de Woods Hole, referiu em conferência de imprensa que os sons foram descritos como "ruídos de batidas", mas alertou que os responsáveis têm que "eliminar potenciais fontes artificiais para além do Titan".
Mesmo os que manifestaram algum otimismo alertaram que continuam a existir muitos obstáculos: desde identificar a localização da embarcação, até alcançá-la com equipamentos de resgate, até trazê-la à superfície - assumindo que ainda esteja intacta - antes que a reserva de oxigénio dos passageiros acabe.
A área do Atlântico Norte onde o submersível desapareceu é propensa a condições de neblina e tempestades, tornando-se um ambiente extremamente desafiante para conduzir uma missão de busca e resgate, apontou Donald Murphy, oceanógrafo que atuou como cientista-chefe da Patrulha Internacional do Gelo da Guarda Costeira.
Depois de uma aeronave de vigilância militar canadiana ter detetado ruídos subaquáticos na área de busca, uma embarcação robótica foi enviada para vasculhar a região, mas até agora "produziu resultados negativos", tinha explicado a Guarda Costeira na rede social Twitter.
A comunicação com o submersível perdeu-se 45 minutos após o início do mergulho, no domingo à noite (hora local), disse a empresa OceanGate Expeditions, proprietária da embarcação e organizadora das viagens aos destroços do Titanic.
Os restos do Titanic - que afundou após colidir com um iceberg, em 1912 - estão a uma profundidade de cerca de 3.800 metros e a uma distância de aproximadamente 640 quilómetros a sul da ilha canadiana de Newfoundland.
A comunicação perdeu-se quando a embarcação estava a cerca de 700 quilómetros a sul de São João da Terra Nova, segundo o Centro de Coordenação de Salvamento Conjunto do Canadá.
O submersível tinha uma reserva de oxigénio de 96 horas quando se fez ao mar pelas 6h00 de domingo (hora local), de acordo com David Concannon, um conselheiro da OceanGate, o que transforma a operação num contrarrelógio.
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