"Infelizmente, a ponte está muito mais danificada do que pensávamos inicialmente", destacou o chefe do governo para a zona ocupada da região de Kherson, Vladimir Saldo, citado por um canal de televisão russo.
"Nos próximos 15 a 20 dias, ou até mais, enquanto decorrem os trabalhos e determinamos o que podemos fazer, a ponte não estará utilizável para trânsito", acrescentou.
A ponte Chongar, composta por duas estradas paralelas que ligam a Crimeia à região de Kherson, no sul da Ucrânia, foi atingida por um ataque durante a noite de quarta para quinta-feira.
Esta infraestrutura está na rota mais direta entre a Crimeia e Melitopol, uma das maiores cidades tomadas pelos russos no sul da Ucrânia.
A Crimeia, uma península ucraniana anexada por Moscovo em 2014, serve como base de retaguarda para as forças russas, principalmente para o envio de reforços e manutenção de equipamentos.
As poucas pontes que ligam a Crimeia ao sul ocupado da Ucrânia são, portanto, essenciais para a condução das operações militares russas, num momento em que Kiev tem no terreno uma contraofensiva no sul e leste do país.
Esta quinta-feira, um membro da administração ucraniana em Kherson, Yuriï Sobolevskiï, considerou que os danos infligidos à ponte de Tchongar foram "um golpe na logística militar russa".
O líder do grupo paramilitar Wagner realçou hoje que o Exército russo está a recuar em vários setores do sul e leste da Ucrânia, contradizendo as afirmações de Moscovo de que a contraofensiva de Kiev era um fracasso.
Yevgeny Prigozhin disse que o mesmo está a acontecer em Bakhmut, onde as forças ucranianas estão a penetrar nas defesas russas.
Bakhmut, no leste da Ucrânia, foi palco da mais longa e sangrenta batalha desde a invasão russa, em 24 de fevereiro de 2022.
As forças russas afirmam ter capturado a cidade, onde lutaram os mercenários do Grupo Wagner, mas os ucranianos dizem ter avançado pelos flancos nas últimas semanas.
Os comentários de Prigozhin, que não podem ser verificados de forma independente, contradizem o Presidente russo, Vladimir Putin, e o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, que afirmaram que o exército estava a repelir todos os ataques ucranianos.
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