O Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em Alemão), que tem estado sob observação dos serviços de informações pelas suas ligações extremistas, ganhou uma eleição, no domingo, em Sonneberg, 180 quilómetros a leste de Frankfurt.
Um porta-voz do chanceler alemão, Olaf Scholz, declinou comentar o resultado da eleição local, mas adiantou que era importante considerar as preocupações das pessoas "de forma séria" e promover "discussões civilizadas".
Em declarações feitas em Berlim, Steffen Hebestreit disse a jornalistas que a Alamanha "está assente em valores como justiça, tolerância, decência e respeito", acentuando que "isto tem de ser cultivado e praticado uma vez e outra".
A vitória do candidato do AfD, Robert Sesselmann, sobre um candidato de centro-direita foi criticada por ativistas antirracistas e outros.
Uma sobrevivente do Holocausto, Charlotte Knobloch, que preside à comunidade judia de Munique, disse que os votantes em Sonneberg tomaram "uma decisão perigosa", mas acrescentou que os dirigentes ao n+ivwel federal e estadual também têm responsabilidades pelo ocorrido.
O AfD foi fundado há uma década e entrou no parlamento em 2017, depois de um campanha contra migrantes e refugiados, depois da entrada de refugiados na Europa nos anos anteriores.
A subida do AfD nas sondagens nacionais que lhe atribuem entre 18% a 20%, enervou os principais partidos em um país onde a subida do fascismo nas décadas de 1920 e 1930 ainda é um tema central nas escolas.
O Estado da Turingia, onde se situa Sonneberg, foi uma das primeiras bases de poder do partido nazi de Hitler, depois de ter entrado o governo estadual em 1930.
O governador do Estado, Bodo Ramelow, do partido Esquerda, considerou que o sucesso do AfD mostra que o populismo da extrema-direita visto nos EUA, em França e outros Estados europeus também está a ocorrer na Alemanha. A Turíngia é um dos três Estados alemães que vão ter eleições este ano.
Friedrich Merz, dos cristão-democratas de centro-direita, cujo candidato perdeu para o AfD, acusou o partido Os Verdes, que integra o governo federal, de alienar votantes ao exigir medidas duras c0ntra as alterações climáticas.
Dando eco à estratégia do AfD, Merz anunciou que o seu partido ia focar-se em atacar os Verdes.
A co-líder dos Verdes, Ricarda Lang, preveniu, entretanto, para "uma cultura de guerra da extrema-direita".
Adiantou ainda que, "agora, o trabalho de todos os partidos democrático é o de prevenir a normalização do AfD, porque é claro que continua a ser uma ameaça à democracia".
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