Putin acusa responsáveis pela rebelião de "disparar contra os seus"

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou na segunda-feira os responsáveis pela rebelião do último fim de semana de serem traidores e disse que as suas ações só beneficiaram a Ucrânia e aliados.

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Lusa
27/06/2023 06:19 ‧ 27/06/2023 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

Num discurso de cerca de cinco minutos, transmitido pela televisão russa perto da meia-noite (22h00 em Lisboa), Putin acusou os responsáveis da revolta de tentarem forçar os mercenários do Grupo Wagner a "disparar contra os seus", numa referência aos soldados do exército russo.

Sem se referir ao líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, o chefe de Estado russo disse que "os inimigos da Rússia" esperavam que a rebelião armada dividisse e enfraquecesse o país, "mas eles calcularam mal".

Apesar de terem surgido, em vídeos publicados nas redes sociais, sinais de apoio da população à revolta, Putin garantiu que a Rússia permanece unida e elogiou os mercenários por terem evitado o "derramamento de sangue".

Horas antes, o Presidente russo tinha-se dirigido diretamente aos mercenários do Grupo Wagner, oferecendo-lhes a possibilidade de assinarem um contrato com o exército e de "regressarem às suas famílias e entes queridos" ou de "partirem para a Bielorrússia".

Putin teve ainda uma "reunião de trabalho" com responsáveis pela segurança do Estado, aos quais agradeceu o trabalho realizado durante a rebelião do Grupo Wagner.

O Presidente dos EUA, Joe Biden, garantiu na segunda-feira que o seu país e a NATO não tiveram qualquer envolvimento na rebelião na Rússia pelas forças mercenárias do Grupo Wagner.

Biden confirmou que realizou uma videochamada com aliados no fim de semana e que todos estão em sintonia na necessidade de não dar ao Presidente russo "uma desculpa para culpar o Ocidente" ou a NATO pela rebelião.

Na rebelião armada de 24 horas, liderada por Yevgeny Prigozhin, os mercenários tomaram a cidade de Rostov-on-Don, no sul da Rússia, e avançaram até 200 quilómetros de Moscovo.

A rebelião terminou com um acordo mediado pelo Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, que, segundo o Kremlin, estabelece que Prigozhin fique exilado na Bielorrússia, em troca de imunidade para si e para os seus mercenários.

Yevgeny Prigozhin justificou na segunda-feira a "rebelião" do grupo com a necessidade de "salvar" a organização, rejeitando ter tentando um golpe de Estado e adiantando que 30 dos seus mercenários morreram em confrontos com militares russos.

"O objetivo da marcha era evitar a destruição do Grupo Wagner", disse Prigozhin numa mensagem áudio de 11 minutos, em que quebrou o silêncio que mantinha desde sábado, quando recuou na "marcha sobre Moscovo", sem revelar onde se encontra, embora o Kremlin tenha garantido ao líder da organização paramilitar a possibilidade de se deslocar para a Bielorrússia.

Segundo Prigozhin, o grupo Wagner "estava ameaçado de desmantelamento pelas autoridades" russas.

Leia Também: "Operação de rotina". Reino Unido confirma caças intercetados pela Rússia

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