Jair Bolsonaro está a ser julgado por abuso eleitoral e está em risco de ser considerado inelegível, de acordo com a leitura sentença, prevista para quinta-feira, porque "ninguém está acima da lei".
"Nós enfrentamos o Presidente Bolsonaro como Presidente, usando e abusando da máquina [eleitoral]. Foi usado cerca de 4% do PIB para [ele] ganhar a eleição, 400 biliões de reais a mais, e nós ganhamos a eleição. Agora, imagine ele fora do governo", disse, salientando que o atual executivo, liderado por Lula da Silva, não receia voltar a enfrentar o líder da direita brasileira.
Para o governante, o atual executivo não tem preocupações "de natureza eleitoral" em relação ao opositor, rejeitando que este processo judicial esteja motivado por razões políticas.
Numa entrevista à Lusa em Lisboa, Geraldo Alkmin que é também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços avisou que "ninguém está acima da Lei", e qualquer que seja a decisão judicial que vier a sair do julgamento, na quinta-feira "é para cumprir".
Jair Bolsonaro é acusado de abuso de poder e o veredicto final do Tribunal pode ditar a sua ineligibilidade.
"Ele está tendo o direito de defesa, como todo o cidadão e cidadã, e a decisão judicial se respeita e se cumpre", frisou Geraldo Alkmin, não querendo no entanto falar do que espera que venha a ser a decisão judicial.
"Vamos aguardar (...). Agora, todos estão abaixo da lei. Isso é república e isso é democracia", frisou.
Se a decisão for pela inelegibilidade, Alkmin disse não saber em que medida isso pode influenciar neste momento o espaço da direita brasileira.
"Não sei quem são as outras lideranças", afirmou, salientando que "é muito cedo para analisar o futuro".
O importante, segundo o vice-presidente do Brasil, é que "o Presidente Lula salvou a democracia brasileira. Esse é um facto. E está fazendo reformas estruturantes e cuidando daquilo que interessa, que é a qualidade de vida do povo", concluiu.
Leia Também: Brasil com população de 203 milhões, menos 10 milhões do que o estimado