"Cerca de 35 armas longas, 25 metralhadoras, 100 pistolas, 400 armas de sinalização (...) componentes para 500 a 800 armas" e "mais de 10.000 munições, bem como lançadores de granadas foram apreendidos" na segunda-feira, informou o Ministério do Interior austríaco num comunicado.
"Vários objetos nazis, que vão de bandeiras a punhais, incluindo peças de uniforme, bustos e pinturas", também foram encontrados na posse dos suspeitos, colocados em prisão preventiva, acrescentou a nota informativa, acompanhada de fotos do material aprendido.
Foram igualmente encontrados cinco quilos de canábis, aproximadamente um quilo de cocaína e 650 gramas de anfetaminas.
As buscas nas regiões da Alta Áustria (norte) e Baixa Áustria (nordeste) tiveram como alvo membros do grupo "Bandidos".
O Governo explicou que foi alertado em dezembro de 2022 sobre os planos de criar o grupo "Bandidos" na Áustria, que tem uma rede global.
A polícia austríaca realizou a investigação para evitar confrontos violentos com o gangue rival Hells Angels, como tinha ocorrido na Suíça. Um dos seus membros foi preso no início de junho.
"As investigações demonstraram até que ponto o extremismo de direita está representado em gangues de 'motards' fora da lei", disse o diretor dos Serviços de Informação (DSN), Omar Haijawi-Pirchner.
A posse de objetos nazis é crime na Áustria, terra natal de Adolf Hitler e que há muito nega responsabilidade pelos crimes cometidos pelo Terceiro Reich.
A rivalidade entre os dois grupos também chegou a Portugal, onde o Ministério Púbico (MP) pediu em maio a condenação a prisão efetiva de todos os arguidos do caso Hells Angels, com penas entre 15 e 17 anos.
Nas alegações finais do julgamento dos 89 arguidos do processo Hells Angels, o MP defendeu que a pena não deve ser inferior a 17 anos para os chefes da organização 'motard' e de 15 anos para os restantes.
Em causa está o ataque cometido em 2018 pelo grupo Hells Angels, no restaurante Mesa do Prior, no Prior Velho, inserido na perseguição movida a Mário Machado, ex-líder do movimento de extrema-direita Nova Ordem Social e que pertencia ao grupo rival "Bandidos".
O MP deu como provada a prática dos crimes da acusação e pronúncia, incluindo associação criminosa, ofensa à integridade física, extorsão, tráfico de droga, roubo e posse de armas e munições - e defendeu o aumento de quatro para oito do número de crimes de homicídio na forma tentada imputado aos membros daquele grupo.
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