Autoridades preparam-se para "qualquer cenário" na central de Zaporíjia

O secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia, Oleksii Danilov, afirmou hoje que as autoridades ucranianas preparam-se para "qualquer cenário" na central nuclear de Zaporíjia, sob controlo russo há meses.

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Lusa
29/06/2023 21:27 ‧ 29/06/2023 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"Estamos a preparar-nos com muito cuidado para qualquer cenário que possa ocorrer. Algum treino está a ser realizado. Estamos a trabalhar de acordo com os procedimentos que temos", disse Danilov em conferência de imprensa, segundo a agência ucraniana Ukrinform.

O secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia destacou que, no caso de um ataque russo contra a central, a comunidade internacional deve ter uma reação instantânea e contundente.

"Se, Deus me livre, tais eventos acontecerem, então devemos falar sobre o tipo de mundo em que vivemos, quando um país terrorista pode lançar um ataque nuclear contra um país que não tem nenhuma relação com ele", acrescentou.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, alertou recentemente que a Rússia pode estar a planear uma ofensiva contra Zaporíjia com o objetivo de causar um acidente nuclear, no âmbito da ofensiva que lançou contra a Ucrânia em 24 de fevereiro do ano passado.

"A existência da Rússia dentro dos limites em que existe hoje é uma ameaça para todo o mundo civilizado. E os acontecimentos ali ocorridos nos últimos dias com a participação do [grupo mercenário] Wagner indicam que este é um país sem controlo", declarou.

Sobre o Grupo Wagner, Danilov destacou que se trata de uma organização terrorista e alertou que os seus membros "podem viajar para fora da Rússia", algo que deve colocar a comunidade internacional em alerta.

Dezenas de civis juntaram-se hoje a um exercício nos arredores da cidade de Zaporíjia, localizada a cerca de 100 quilómetros da central nuclear, a maior da Europa.

Segundo a descrição da agência Associated Press (AP), numa tenda montada para prestar os primeiros tratamentos, os socorristas praticavam a lavagem de pessoas com sabão e realizavam procedimentos de administração de tratamento a potenciais vítimas de áreas afetadas pela radiação.

A Rússia ocupou a unidade nos momentos iniciais da guerra. No ano passado, tornando-se num ponto essencial de preocupação global, já que a Rússia e a Ucrânia se acusam mutuamente de bombardear as instalações nucleares.

Os serviços de informações militares da Ucrânia afirmaram recentemente, sem fornecer provas, que a Rússia está planear uma "provocação em larga escala" na central nuclear no sudeste do país.

Caso algo acontecesse na central, as pessoas seriam transportadas das áreas contaminadas pela radiação para um local onde receberiam assistência médica e psicológica, disseram os serviços de emergência à AP.

A etapa seguinte seria um centro temporário onde as pessoas seriam lavadas para limpar a radiação da superfície do corpo e depois transportadas para pontos de evacuação.

No ano passado, quando surgiu a ameaça de um acidente na unidade, a Ucrânia estabeleceu um quartel-general de resposta a uma eventual crise e desde então vários exercícios foram realizados.

Segundo os serviços de emergência, em caso de desastre nuclear, cerca de 300 mil pessoas seriam retiradas de forma obrigatória das áreas mais próximas das instalações, o que abrangeria quatro regiões: Dnipropetrovsk, Kherson, Zaporíjia e Mykolaiv.

As pessoas poderiam levar os seus animais de estimação com eles, de acordo com os serviços. Autocarros, comboios e carros pessoais seriam usados ??para a evacuação da zona afetada.

Dependendo da direção do vento e da propagação da radiação, as pessoas seriam levadas para áreas mais seguras na Ucrânia.

"Existem cenários diferentes, mas estamos a preparar-nos para o mais crítico", disse Yurii Vlasenko, vice-ministro ucraniano de Energia.

Leia Também: Kyiv pede à comunidade internacional proteção para central nuclear

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