Depois da decisão dos juízes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que impede o ex-presidente brasileiro de concorrer a eleições para cargos políticos nos próximos oito anos, Jair Bolsonaro reagiu, afirmando que levou "uma facada nas costas" por estar inelegível por abuso de poder político, mas que "não está morto" politicamente.
"Tentaram matar-me aqui em Juiz de Fora há pouco tempo, levei uma facada na barriga. Hoje levei uma facada nas costas com a inelegibilidade por abuso de poder político", afirmou o ex-presidente do Brasil, em declarações aos jornalistas desde Belo Horizonte, em Minas Gerais, onde se encontra para o velório e funeral do ex-ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli, reporta o G1.
Bolsonaro afirmou que acredita "que tenha sido a primeira condenação por abuso de poder político". "Acredito que tenha sido este o meu crime, crime sem corrupção", afirmou.
Sobre a vitória de Lula nas eleições e o consequente golpe aos três poderes, em Brasília, ocorrido em janeiro deste ano, o ex-presidente brasileiro destaca que "a transição foi feita com absoluta normalidade" e que "ninguém do PT [Partido dos Trabalhadores] pode reclamar de nenhum ministro" do seu governo.
"Dia 30 eu saio do Brasil e, infelizmente, aconteceu o 8 de janeiro. Quem fala em golpe, não sabe o que é golpe. Com todo o respeito é um analfabeto político. Ninguém vai dar golpe com 'senhorzinhas' e 'senhorzinhos', com a bandeira do Brasil nas costas, se bem que lamentamos a depredação do património público ocorrido. E as pessoas que fizeram isso têm de arcar com as suas responsabilidades", salientou.
Jair Bolsonaro afirmou ainda que vai reunir com os seus advogados para tomar a decisão do novo recurso à decisão do TSE e ironizou: "O meu recurso é no Supremo Tribunal Federal".
"Não estou morto. Vamos continuar a trabalhar, não é o fim da direita no Brasil", finalizou Bolsonaro.
De salientar que esta sexta-feira os juízes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concluíram o julgamento que impede o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro de concorrer a eleições para cargos políticos nos próximos oito anos.
O ex-chefe de Estado brasileiro foi condenado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação ao realizar uma reunião com embaixadores estrangeiros durante a campanha presidencial a que concorreu, e perdeu, para Luiz Inácio Lula da Silva.
Após a quarta sessão do julgamento que começou em 22 de junho, cinco juízes do TSE votaram pela inelegibilidade de Jair Bolsonaro e dois votaram contra.
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