"Quero que tudo isto acabe". Avó de Naël apela à calma em França

A avó de Naël M., o jovem que foi morto pela polícia nos arredores de Paris, apelou hoje aos manifestantes que parem com os confrontos, após cinco noites de tumultos.

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Lusa
02/07/2023 15:56 ‧ 02/07/2023 por Lusa

Mundo

França

"Quero que tudo isto acabe. Peço às pessoas que estão a destruir coisas que parem. Não destruam as escolas", afirmou a avó de Naël M., identificada como Nadia, em declarações à BFMTV.

Nadia acusou parte dos manifestantes de estar a usar a morte do neto como uma desculpa para destruir o país.

"Não destruam as escolas, não destruam os autocarros", reforçou.

No entanto, condenou as manifestações de apoio ao polícia que disparou contra o jovem, na terça-feira, em Nanterre.

O colunista Jean Messiha, que apoiou a candidatura presidencial de extrema-direita de Éric Zemmour, em 2022, depois de ter passado pela Frente Nacional de Le Pen, iniciou uma angariação de fundos para a família do agente, sublinhando que este se limitou a fazer o seu trabalho e que "está a pagar um preço alto" pela sua ação.

Esta iniciativa "parte-me o coração", apontou Nadia, culpabilizando o agente pela morte do neto.

O Governo francês pediu hoje para que se evitem generalizações sobre a polícia francesa e garantiu que, em caso de abuso, a justiça investigará.

"É preciso ter cuidado para não se fazerem generalizações com base numa situação específica. Esta é a mensagem, penso eu, que as nossas forças de segurança que estão mobilizadas no terreno precisam de ouvir", defendeu o Governo francês, segundo declarações do porta-voz do executivo, Olivier Véran, ao canal público FranceInfo.

Naël, de 17 anos, foi morto pela polícia na sequência de uma operação em Nanterre.

O Ministério Público disse que o jovem estava a conduzir na faixa dos autocarros, tendo sido mandado parar pela polícia, mas não obedeceu à ordem.

Um dos agentes disparou contra Naël, atingindo-o no braço e no peito.

As cerimónias fúnebres de Naël decorreram no sábado, em Nanterre, com um velório privado, uma cerimónia na mesquita e o enterro num cemitério local, onde compareceram centenas de pessoas.

Leia Também: Da morte de Naël à revolta. O caso que foi 'rastilho' para França arder

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