"A China opõe-se firmemente à venda de armas dos EUA a Taiwan e apresentou protestos severos junto das autoridades norte-americanas", declarou o porta-voz do Ministério Tan Kefei, em conferência de imprensa.
"Os EUA estão a ignorar as principais preocupações da China, ao interferir de forma grosseira nos assuntos internos da China e ao aumentar deliberadamente as tensões no estreito de Taiwan. Isto equivale a acelerar a transformação de Taiwan num 'barril de pólvora' e a empurrar o povo taiwanês para o abismo do desastre", acrescentou.
Pequim instou os EUA a "respeitarem o princípio de uma só China" e a "deixarem imediatamente de vender armas" a Taipé.
A China apelou igualmente para que "ponham termo a qualquer forma de conluio militar entre os EUA e Taiwan e honrem seriamente o compromisso de não apoiar a independência de Taiwan".
O Departamento de Estado norte-americano anunciou, na sexta-feira, ter aprovado uma possível venda de armas a Taiwan no valor de 440 milhões de dólares (cerca de 400 milhões de euros).
"A proposta de venda deste equipamento e apoio não vai alterar o equilíbrio militar de base na região", lê-se no comunicado do Departamento de Estado norte-americano.
A escalada da tensão na região começou com a viagem à ilha da ex-presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos Nancy Pelosi, em agosto do ano passado, e agravou-se na sequência da visita da líder de Taiwan, Tsai Ing-wen, aos EUA, onde se reuniu com vários congressistas norte-americanos, apesar dos avisos de Pequim.
Taiwan tem um Governo autónomo desde 1949, mas a China considera o território sob a sua soberania. A política de Pequim em relação a Taipé tem sido, até à data, a de uma reunificação pacífica, ao abrigo do princípio "Um país, dois sistemas".
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