Para o Kremlin, "ainda há tempo" para que os termos do acordo -- que foi mediado pela ONU e pela Turquia - sejam cumpridos, nomeadamente no que diz respeito aos compromissos com a parte russa.
"Reportaremos a nossa decisão em tempo útil. Ainda há tempo. Neste momento, também há tempo para cumprir a parte dos acordos no que se refere ao nosso país", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
O porta-voz reiterou que, até agora, o memorando acordado entre a Rússia e a ONU para facilitar as exportações russas de alimentos e fertilizantes não foi cumprido e, por isso, "infelizmente, não há motivos para prolongar o acordo".
Na terça-feira, a Rússia tinha anunciado que os navios que transportam cereais a partir de portos ucranianos devem deixar o Mar Negro antes de expirar o acordo de Istambul, no dia 17, depois de reiterar que não há motivos para uma nova extensão do pacto.
As reivindicações da Rússia para manter a iniciativa são a ligação do seu banco agrícola, Rosseljozbank, ao sistema bancário internacional SWIFT, o levantamento de sanções sobre peças de reposição para máquinas agrícolas, o desbloqueio de seguros logísticos e de transporte, o descongelamento de ativos e a retoma da atividade do oleoduto Togliatti-Odesa, que explodiu em 05 de junho.
Na segunda-feira, a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, criticara as especulações sobre a possibilidade de a União Europeia concordar em criar uma subsidiária do Rosseljozbank para conectá-lo ao SWIFT, alegando que se está a ignorar o facto de que o estabelecimento de uma subsidiária bancária exigiria um longo processo.
Por essa razão, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo denunciou esse esquema, alegando que seria "deliberadamente intransponível", dizendo que o seu único objetivo seria pressionar a Rússia a prolongar mais uma vez o acordo de cereais.
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