O conselheiro presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, apelou ao envio de mais armas por parte dos parceiros ocidentais, esta quinta-feira, na sequência do ataque levado a cabo pelas forças russas em Lviv, que vitimou pelo menos cinco pessoas e feriu cerca de 40. O responsável atirou também farpas ao Ocidente, considerando que a queda do regime do presidente russo, Vladimir Putin, ainda não ocorreu por “medo”, ou porque “os mísseis não voarão além de Kyiv, Odessa e Lviv”.
“Posfácio da tragédia de Lviv de hoje... Todos os mísseis que atingem prédios de apartamentos inevitavelmente levam-nos a levantar duas questões simples…”, começou por escrever Podolyak, na rede social Twitter.
Em primeiro lugar, o conselheiro presencial ucraniano questionou se “a entrega oportuna da quantidade certa de projéteis/tanques/mísseis de longo alcance e, claro, caças não valem a vida de ucranianos”, ou se, por outro lado, “vidas humanas não são tidas em consideração nesses cálculos”.
“Segundo: temos de continuar a fingir obstinadamente que não podemos permitir a queda do regime de ódio de Putin porque não sabemos o que fazer com a Rússia e temos medo do caos, enquanto os mísseis continuam a matar pessoas sistematicamente? Ou não importa porque os mísseis não voarão além de Kyiv, Odessa e Lviv de qualquer modo?”, acusou ainda, sugerindo que os parceiros ocidentais não se mostram preocupados com os ataques das forças russas porque estas nações não serão o alvo.
Afterword to today's Lviv tragedy... Every missile that hits an apartment building inevitably raises two simple questions... First: isn’t the timely delivery of the right amount of shells/tanks/long-range missiles and, of course, attack and fighter aircraft worth the lives of… pic.twitter.com/M6EhNKTUbx
— Михайло Подоляк (@Podolyak_M) July 6, 2023
De notar que, segundo o governador de Lviv, Maksym Kozytskyi, o número de mortos no ataque desta manhã subiu para cinco, depois de uma mulher ter sido encontrada nos escombros do edifício atingido pelo exército de Putin.
"Infelizmente, o número de pessoas mortas devido ao ataque noturno de mísseis em Lviv aumentou para cinco. O corpo de uma mulher foi retirado dos escombros. Sinceras condolências aos familiares. Equipas de resgate continuam a trabalhar no local da tragédia", disse o responsável, através do Telegram.
Anteriormente, Kozytskyi tinha revelado os nomes e idades das vítimas:Anastácia, de 32 anos; a sua mãe, Myroslava, de 60 anos; Mykhailo, de 35 anos; e Iryna, de 63 anos.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 9.083 civis desde o início da guerra e 24.862 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.
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