Síria cancela creditação da BBC após reportagem sobre tráfico de droga

O trabalho da emissora britânica revelou ligações entre a família do ditador sírio e o comércio de uma forte anfetamina, que já tinha sido denunciado por autoridades ocidentais.

Notícia

© Reuters

Notícias ao Minuto
09/07/2023 12:13 ‧ 09/07/2023 por Notícias ao Minuto

Mundo

Síria

O governo sírio decidiu cancelar no sábado a creditação aos jornalistas da BBC, depois de uma reportagem que considerou ser "parcial e mentirosa".

O trabalho, que o executivo liderado pelo ditador Bashar al-Assad contesta, verificou que existem ligações entre a família do presidente sírio e o comércio de Captagon, uma anfetamina poderosa.

A emissora britânica garante que fez jornalismo independente e imparcial e, num comunicado citado numa notícia da própria BBC, disse que "fala com pessoas pelo espetro político para estabelecer factos".

A reportagem foi publicada em junho e foi realizada pelos jornalistas no BBC News Arabic Investigations, a divisão no Médio Oriente da televisão pública do Reino Unido. Foi confirmado que familiares de Assad e vários membros das Forças Armadas Sírias estão envolvidas no comércio ilegal de Captagon, apesar do governo negar qualquer envolvimento no tráfico.

Tanto os Estados Unidos, como a União Europeia e o Reino Unido, já tinham acusado o governo sírio de produzir e exportar a droga altamente viciante, com a família do autoritário presidente à frente da situação.

O ministério da informação disse que a BBC não cumpriu com os "parâmetros profissionais" do país e acusou-a de dar "informação falsa e subjetiva" desde o início da guerra civil, que começou em 2011. O executivo acrescentou que avisou a BBC "mais do que uma vez", mas esta "continuou a transmitir os seus relatórios falsos com base em declarações de entidades terroristas e hostis para com a Síria".

Apesar da Síria limitar largamente a liberdade de imprensa e de expressão, especialmente depois de Bashar al-Assad ficar no poder após o pico da guerra civil e da tentativa de Primavera Árabe no país, é raro que o governo retire credenciais a jornalistas estrangeiros

Segundo o Repórteres Sem Fronteiras, a Síria é um dos piores países no que diz respeito à liberdade de imprensa, encontrando-se no lugar 175 de 180 países do índex (à frente do Turquemenistão, Irão, Vietname, China e, em último lugar, da Coreia do Norte).

Leia Também: Rússia acusada de preferir financiar Grupo Wagner a ajudar Síria

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas