Num comunicado, a coordenadora humanitária da OCHA para a Ucrânia, Denise Brown, indicou que o ataque ocorreu domingo em Orikhiv, situada próximo da linha da frente dos combates entre ucranianos e russos.
"Após 500 dias da invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia, os civis continuam a ser mortos e feridos. Ontem [domingo], em mais um ataque [russo], vários civis terão sido mortos e feridos enquanto recebiam ajuda humanitária na cidade de Orikhiv, na região de Zaporíjia, na linha da frente", indica Brown na declaração.
A coordenadora da OCHA para a Ucrânia denunciou também que o ataque destruiu um ponto de distribuição de água potável instalado e mantido por um parceiro do Fundo Humanitário da ONU para a Ucrânia.
"A população de Orikhiv tem vivido sob bombardeamento constante durante muitos meses. Quando visitei a cidade, no Natal Ortodoxo, no início deste ano, encontrei pessoas forçadas a passar a maior parte dos seus dias em abrigos", afirmou Brown.
"Como já disse muitas vezes, e continuarei a dizer, o direito humanitário internacional é claro: os civis, as infraestruturas civis e os bens humanitários devem ser protegidos. Estas violações têm de ser investigadas. O povo da Ucrânia precisa do nosso apoio mais do que nunca. Continuaremos a ajudar os mais necessitados", terminou.
A ofensiva militar lançada pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de quase 15 milhões de pessoas -- internamente e para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Atualmente, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão, justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para Kiev e com a imposição de sanções políticas e económicas a Moscovo.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra mais de 8.000 civis mortos e cerca de 14.000 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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