"Consciente da pressão migratória ao longo da rota dos Balcãs Ocidentais, enfrentada pela Croácia, Itália e Eslovénia, a cooperação trilateral será ainda mais fortalecida em termos de aprimoramento das atividades conjuntas de patrulhamento", pode ler-se na declaração conjunta dos três países, após uma reunião realizada em Ancona (centro de Itália).
O texto também pede que os países dos Balcãs Ocidentais acelerem as reformas recomendadas pela União Europeia (UE) face aos processos de integração e apela às instituições europeias para que intensifiquem o seu contributo para os atuais desafios da região, "incluindo a migração ilegal".
"Queremos desempenhar um papel de liderança na conquista da estabilidade, sem a qual tudo é mais difícil", disse o chefe da diplomacia de Itália e vice-chefe do Governo, Antonio Tajani.
Os três países concordaram ainda em cooperar na luta contra o crime organizado, com "especial atenção às redes de contrabando de migrantes e ao tráfico de seres humanos", para além do narcotráfico, cibercrime, terrorismo e extremismo violento.
Nesse sentido, os três países comprometem-se, a partir de setembro, a realizar um exercício marítimo conjunto com o objetivo de testar e melhorar a coordenação entre as autoridades competentes para operações de salvamento marítimo.
A declaração dos três países ocorre no momento em que o Governo italiano tenta promover na UE a aprovação de um novo pacto migratório e de asilo que, além de garantir a distribuição de pessoas entre países de primeira e de segunda receção, prevê também ações nos países de saída das embarcações migrantes, principalmente do norte da África.
Só este ano, 71.601 migrantes chegaram à costa italiana, contra 30.939 no mesmo período do ano passado, segundo dados do Ministério do Interior italiano atualizados até 10 de julho.
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