A viagem de três dias será a primeira visita de um Presidente da República Islâmica a África em 11 anos, e a agência France-Presse dá conta de que esta rara visita a três países africanos - Quénia, Uganda e Zimbabué - constitui uma nova etapa na ofensiva diplomática do Irão para encontrar novos aliados na cena internacional.
"A agenda do Presidente foi alterada para permitir a finalização de memorandos de entendimento fundamentais para a continuação das nossas relações", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Quénia, em comunicado, depois de os dois presidentes terem faltado a uma conferência de imprensa conjunta agendada para hoje, em Nairobi.
"O Presidente iraniano chegará amanhã para a sua visita de Estado", acrescentou o Ministério dos Negócios Estrangeiros numa nota.
De acordo com a agência oficial Irna, Raissi, que lidera uma delegação que inclui empresários, irá encontrar-se com os seus homólogos queniano, William Ruto, ugandês, Yoweri Museveni, e zimbabueano, Emmerson Mnangagwa, durante a sua visita.
Na segunda-feira, o porta-voz da diplomacia iraniana, Nasser Kanani, descreveu a digressão como "um novo ponto de partida" com os países africanos, que estão interessados em "desenvolver as suas relações com o Irão em termos económicos e comerciais".
Esta aproximação "baseia-se também na partilha de pontos de vista políticos" entre Teerão e os três países visitados, escreveu ainda a agência oficial iraniana.
Ao mesmo tempo desta ofensiva diplomática em África, Teerão reforçou os seus laços com a China e a Rússia, no âmbito de uma estratégia orientada para Leste, enquanto as relações com o Ocidente permanecem tensas, apesar das conversações indiretas com Washington, nomeadamente sobre questões nucleares.
Depois da visita à Indonésia, Raissi visitou, em junho, três "países amigos" na América Latina - Venezuela, Nicarágua e Cuba - onde criticou "as potências imperialistas", com os Estados Unidos à cabeça.
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