Um grupo de investigadores do Imperial College de Londres analisou o comportamento sexual de 236 macacos de uma colónia de 1.700 macacos rhesus que vivem livremente na ilha tropical de Cayo Santiago, Porto Rico, e fez uma curiosa descoberta.
Ao analisar o comportamento sexual destes animais, percebeu-se que existia uma prevalência de atos homossexuais (72%) entre os animais desta espécie, contra apenas 42% de atos protagonizados entre um macho e fêmea.
Embora os atos sexuais entre animais do mesmo sexo já tenha sido verificado anteriormente, a equipa de investigadores tentou perceber o que estava na origem desta diferença de valores e percebeu que, nesta colónia de macacos, aqueles que participam em atos sexuais com macacos do mesmo sexo beneficiam de "laços de coligação". Isto significa que, em caso de conflito, estes estão em vantagem porque apoiam-se mutuamente.
Os investigadores acreditam que estas práticas se explicam pela necessidade de afirmação hierárquica dos símios, sendo que a procriação destes macacos não está posta em risco.
O estudo em causa visa desmistificar a ideia de que as relações homossexuais são um comportamento raro em animais ou apenas o produto de condições ambientais invulgares.
"A nossa investigação mostra, portanto, que os comportamentos sexuais entre animais do mesmo sexo podem ser comuns e podem evoluir. Espero que os nossos resultados encorajem outras descobertas neste domínio", afirma Jackson Clive, um dos autores do mesmo.
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