Numa conferência de imprensa em Jacarta, Lavrov disse que Washington e os seus parceiros internacionais "têm como intenção levar a cabo o projeto de instalações de infraestruturas nucleares" em países que não têm políticas relativas a energia nuclear.
O chefe da diplomacia da Rússia assinalou concretamente o pacto de segurança AUKUS (aliança firmada entre Austrália, Reino Unido e EUA) que prevê que as forças de Camberra venham a ser dotadas de submarinos nucleares a partir de 2030, mas sem armamento atómico.
Lavrov criticou ainda o Japão e a Coreia do Sul por permitirem aos Estados Unidos operar armas nucleares nos respetivos territórios, onde as forças norte-americanas têm bases militares.
"Agora a NATO pretende movimentar a infraestrutura militar para esta região (Ásia e Pacífico), incluindo países que foram convidados a participar nas cimeiras de Madrid (2022) e de Vilnius: Austrália, Nova Zelândia, Japão e Coreia do Sul", disse Lavrov.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia abordou estes assuntos com os seus homólogos presentes na reunião da Associação dos Países do Sudeste Asiático (ASEAN), a decorrer esta semana em Jacarta.
Lavrov focou estas matérias em particular com o chefe da diplomacia da República Popular da China, Wang Yi, com quem manteve um encontro bilateral.
Na sexta-feira, Lavrov vai participar com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, na reunião do Fórum para a Ásia Oriental e no Fórum Regional da ASEAN, na capital da Indonésia.
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