"Passei o controlo de passaporte, entrei na República da Sérvia", regozijou-se esta sexta-feira, através de um vídeo publicado na sua página na rede social Facebook, Peter Nikitine, também portador de passaporte neerlandês.
"O facto de expressar as minhas opiniões, de ser um adversário das políticas de Vladimir Putin, não é razão para não me deixar ir para casa", tinha denunciado esta quinta-feira Peter Nikitine, em entrevista a um jornal sérvio.
Nikitine acusou a inteligência sérvia (BIA) de ser responsável pela recusa em permitir o regresso à Sérvia, um tradicional aliado de Moscovo, onde dezenas de milhares de russos se estabeleceram desde o início da guerra.
O incidente ocorreu dois dias depois dos EUA terem imposto sanções ao chefe do BIA, Aleksandar Vulin.
Washington acusa Vulin de ter ajudado a Rússia a ampliar a sua influência nos Balcãs, em detrimento da segurança regional.
A Sérvia tem como ambição aderir à União Europeia (UE), mas recusou-se a aderir às sanções ocidentais contra a Rússia.
Enquanto isso, Nikitin dirige uma associação de dissidentes russos na Sérvia e tem organizado ativamente eventos antiguerra, desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 2022.
O ativista já tinha denunciado ter sido alvo de assédio no passado, referindo à agência France-Presse (AFP) que membros do seu grupo foram alvo de agressores desconhecidos.
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