Washington anunciou no dia 07 que irá fornecer ao exército ucraniano munições de fragmentação, que são controversas porque as cargas que dispersam podem causar muitas vítimas civis colaterais.
"Na Rússia, há uma boa reserva de munições de fragmentação, de diferentes tipos", sublinhou Putin numa entrevista ao canal da televisão pública "Rossia-1" hoje transmitida e citada pela agência France-Presse (AFP).
"Até agora não as usámos, não precisávamos delas, embora, num determinado momento, tivéssemos uma conhecida escassez de munições", disse Putin. "Mas se forem usadas contra nós, reservamo-nos no direito de retaliar", acrescentou o Presidente russo.
Putin recordou na entrevista que "o uso de bombas de fragmentação foi descrito como um crime pela própria administração norte-americana.
"Creio que é assim que deve ser tratado", afirmou o chefe de Estado russo.
Na terça-feira, o ministro da Defesa russo, Sergueï Choïgou, já tinha afirmado que "se os Estados Unidos fornecerem armas de fragmentação à Ucrânia, as forças armadas russas serão obrigadas a utilizar meios de destruição similares"
Os soldados ucranianos já acusaram o exército russo de usar estas munições polémicas desde o início do conflito.
Segundo Putin, os Estados Unidos anunciaram a entrega dessas armas, porque têm uma "escassez de munições" para oferecer a Kiev.
"O exército ucraniano utiliza por dia até 5.000 ou 6.000 projéteis de 155 mm em combate. Mas os Estados Unidos produzem 15.000 por mês. Não têm o suficiente e a Europa também não. Eles não têm nada melhor para oferecer do que as munições de fragmentação", disse Putin.
Estas armas estão proibidas em inúmeros países, principalmente na Europa, signatários da Convenção de Oslo de 2008, da qual Estados Unidos, Ucrânia e Rússia não fazem parte.
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