No dia 04 de julho, "homens não identificados raptaram Thuzar Maung, de 46 anos, o marido Than Tin Win, de 43, a filha Poeh Khing Maung, de 16, e os filhos Aung Myint Maung, de 21, e Thukha Maung, de 17, da residência em Ampang Jaya, Kuala Lumpur, tal como confirmado por testemunhas e imagens de câmaras de segurança", referiu em comunicado a Human Rights Watch (HRW).
"Receamos que Thuzar Maung e a família tenham sido raptados numa operação planeada e que estejam em grave risco", disse a diretora da HRW para a Ásia, Elaine Pearson, na mesma nota.
"O Governo da Malásia deve atuar com urgência para localizar a família e garantir a sua segurança", acrescentou.
De acordo com o comunicado, pelas 16:30 (11:00 de Lisboa), de 04 de julho, um carro entrou no condomínio fechado onde a família vive, tendo o condutor comunicado à segurança que era da polícia.
Duas horas depois, Thuzar Maung estava ao telefone com um amigo, que ouviu a ativista gritar ao marido que homens desconhecidos estavam a entrar em casa. Pelas 19:10 (13:40 em Lisboa), a mesma viatura e dois carros da família de Thuzar Maung foram vistos a sair do condomínio.
Imagens das câmaras de vigilância do posto do guarda captaram a matrícula de um carro da polícia, que as autoridades malaias já identificam como sendo falsa, apontou o comunicado, referindo que os registos mostraram que a mesma viatura tinha entrado no local em 19 de junho.
Thuzar Maung, defensora de longa data da democracia em Myanmar e dos direitos dos refugiados e migrantes na Malásia, é presidente da Comunidade de Refugiados Muçulmanos de Myanmar (Myanmar Muslim Refugee Community) e do Conselho dos Trabalhadores Migrantes de Myanmar (Myanmar Migrant Workers' Committee), e tem trabalhado "em estreita colaboração com o Governo de Unidade Nacional da oposição de Myanmar", o Governo birmanês no exílio, acrescentou o comunicado.
A ativista, "que fugiu de Myanmar para a Malásia em 2015 para escapar à violência contra os muçulmanos", tem mais de 93 mil seguidores na rede social Facebook, onde "publica críticas aos abusos cometidos pela junta militar birmanesa", que tomou o poder no golpe militar de 01 de fevereiro de 2021.
"Os governos estrangeiros devem pressionar as autoridades malaias a descobrirem rapidamente a localização desta família", disse Pearson, salientando que "os ativistas de Myanmar estão aparentemente em risco, mesmo quando criticam a junta militar a partir de um país onde pediram asilo".
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