ONG pede a Malásia "investigação exaustiva" a rapto de ativista birmanesa

A organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch pediu hoje ao Governo malaio para dar prioridade a uma "investigação exaustiva e transparente" ao rapto da ativista de Myanmar (antiga Birmânia) Thuzar Maung e família, refugiados no país.

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Lusa
17/07/2023 08:07 ‧ 17/07/2023 por Lusa

Mundo

Thuzar Maung

No dia 04 de julho, "homens não identificados raptaram Thuzar Maung, de 46 anos, o marido Than Tin Win, de 43, a filha Poeh Khing Maung, de 16, e os filhos Aung Myint Maung, de 21, e Thukha Maung, de 17, da residência em Ampang Jaya, Kuala Lumpur, tal como confirmado por testemunhas e imagens de câmaras de segurança", referiu em comunicado a Human Rights Watch (HRW).

"Receamos que Thuzar Maung e a família tenham sido raptados numa operação planeada e que estejam em grave risco", disse a diretora da HRW para a Ásia, Elaine Pearson, na mesma nota.

"O Governo da Malásia deve atuar com urgência para localizar a família e garantir a sua segurança", acrescentou.

De acordo com o comunicado, pelas 16:30 (11:00 de Lisboa), de 04 de julho, um carro entrou no condomínio fechado onde a família vive, tendo o condutor comunicado à segurança que era da polícia.

Duas horas depois, Thuzar Maung estava ao telefone com um amigo, que ouviu a ativista gritar ao marido que homens desconhecidos estavam a entrar em casa. Pelas 19:10 (13:40 em Lisboa), a mesma viatura e dois carros da família de Thuzar Maung foram vistos a sair do condomínio.

Imagens das câmaras de vigilância do posto do guarda captaram a matrícula de um carro da polícia, que as autoridades malaias já identificam como sendo falsa, apontou o comunicado, referindo que os registos mostraram que a mesma viatura tinha entrado no local em 19 de junho.

Thuzar Maung, defensora de longa data da democracia em Myanmar e dos direitos dos refugiados e migrantes na Malásia, é presidente da Comunidade de Refugiados Muçulmanos de Myanmar (Myanmar Muslim Refugee Community) e do Conselho dos Trabalhadores Migrantes de Myanmar (Myanmar Migrant Workers' Committee), e tem trabalhado "em estreita colaboração com o Governo de Unidade Nacional da oposição de Myanmar", o Governo birmanês no exílio, acrescentou o comunicado.

A ativista, "que fugiu de Myanmar para a Malásia em 2015 para escapar à violência contra os muçulmanos", tem mais de 93 mil seguidores na rede social Facebook, onde "publica críticas aos abusos cometidos pela junta militar birmanesa", que tomou o poder no golpe militar de 01 de fevereiro de 2021.

"Os governos estrangeiros devem pressionar as autoridades malaias a descobrirem rapidamente a localização desta família", disse Pearson, salientando que "os ativistas de Myanmar estão aparentemente em risco, mesmo quando criticam a junta militar a partir de um país onde pediram asilo".

Leia Também: MNE tailandês encontra-se com ex-líder birmanesa Aung San Suu Kyi

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