Turistas russos na Crimeia aconselhados a regressar por zonas ocupadas
As autoridades russas recomendaram hoje aos turistas russos retidos na Crimeia após o ataque à ponte que liga a península anexada à Rússia que regressem às suas casas através dos territórios ucranianos ocupados pelas forças de Moscovo.
© Reuters
Mundo Serguei Aksionov
O ataque conduzido pelas forças ucranianas na madrugada de hoje que visou esta infraestrutura provocou a morte de dois civis que atravessam a ponte no seu carro, bem como ferimentos numa adolescente.
Os voos comerciais entre Moscovo e a Crimeia foram suspensos após o início da ofensiva russa na Ucrânia, e a maioria dos turistas russos viaja para a península de carro, utilizando a parte da ponte reservada ao tráfego rodoviário. Esta parte da infraestrutura foi parcialmente destruída pelo ataque ocorrido esta madrugada.
"Por motivos de segurança, peço aos habitantes e visitantes da península (...) que optem por uma rota terrestre alternativa que atravessa as novas regiões", declarou Serguei Aksionov, o governador russo da península anexada, ao utilizar a terminologia de Moscovo para designar os territórios ocupados pelo exército russo e pelas milícias separatistas no leste da Ucrânia.
O itinerário de 400 quilómetros atravessa diversos territórios atingidos pelos combates com o exército ucraniano, que tem vindo a bombardear as linhas de abastecimento russas.
A televisão russa difundiu um mapa do trajeto, que passa pela cidade de Melitopol, na região de Zaporijia (leste da Ucrânia), e por Mariupol, a grande cidade portuária da província de Donetsk onde decorreram intensos combates em 2022, antes de alcançarem Rostov, no sul da Rússia.
Vladimir Saldo, responsável designado pelas autoridades russas para a região de Kherson (sul da Ucrânia), sob controlo russo, anunciou que o horário do recolher obrigatório em vigor na zona será reduzido para permitir a passagem dos automobilistas, bem como referiu que o exército russo vai reforçar as medidas de segurança.
Advertiu ainda que vão ser instalados postos de controlo para evitar "as sabotagens", mas com uma redução dos procedimentos formais.
Na região vizinha de Zaporijia, alvo da contraofensiva ucraniana, Evgueni Balitsky, o governador designado por Moscovo, assegurou que as autoridades vão assumir a responsabilidade pela segurança do trajeto.
As autoridades pró-russas da Crimeia (península anexada em 2014) aconselharam aos viajantes para "se distanciarem dos veículos do exército das colunas" militares.
Segundo a agência noticiosa oficial russa Ria Novosti, encontram-se atualmente 50.000 turistas na Crimeia, a maioria provenientes da Rússia e que viajaram de carro pela ponte parcialmente destruída.
A ofensiva militar russa em curso no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.
PCR // SCA
Lusa/Fim
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