Erdogan assinou com o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman (MBS), governante de facto do reino, acordos nas áreas de energia, investimento, defesa e meios de comunicação, segundo a agência de notícias oficial saudita SPA.
Entre estes acordos estão "dois contratos com a empresa turca Baykar" - codirigida por um genro de Erdogan - que produz 'drones' [aparelho aéreo não tripulado], em particular o aparelho tático TB2 Bayraktar, a estrela da indústria de defesa turca.
A Arábia Saudita "vai adquirir 'drones' com o objetivo de fortalecer a prontidão das forças armadas do reino e as suas capacidades de defesa e fabrico", declarou hoje o ministro da Defesa saudita, Khaled bin Salman.
O valor dos acordos não foi divulgado e nem qual modelo de aparelho não tripulado seria adquirido pelos sauditas. Um diplomata árabe radicado em Riade, falando sob condição de anonimato, declarou que os 'drones' comprados pelo reino são do modelo TB2.
Este 'drone' ficou conhecido em 2022 pelo seu papel nas primeiras fases de defesa da Ucrânia contra a invasão russa e já foi adquirido por uma dezena de exércitos, segundo um relatório do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, sigla em inglês).
Numa mensagem publicada no Twitter, o administrador-geral da Baykar, Haluk Bayraktar, destacou que é o "maior contrato de exportação de defesa e aviação da história da República turca", sem revelar o valor.
Esta é a segunda visita do chefe de Estado turco à Arábia Saudita desde a reaproximação entre Riade e Ancara, após um período de tensão diplomática que atingiu o seu ápice em 2018, com o assassínio do jornalista saudita Jamal Khashoggi no consulado do seu país em Istambul.
Na época, o Presidente turco acusou funcionários sauditas pelo crime, mas especialistas da ONU e da CIA apontaram a responsabilidade ao príncipe herdeiro saudita. Riade sempre negou ter ordenado o assassínio do jornalista.
A visita de Erdogan acontece quando a Turquia luta contra a desvalorização da sua moeda e uma inflação descontrolada que atingiu a sua economia.
Depois da Arábia Saudita, Erdogan continua o seu périplo pelo Golfo, sendo esperado no Qatar e nos Emirados Árabes Unidos.
Leia Também: Ponte na Crimeia reabre parcialmente após explosões