Escolas e algumas lojas reabrem em Nairobi no 2.º dia de manifestações

Escolas e algumas lojas voltaram hoje a abrir em Nairobi e a atividade na capital do Quénia retomou parcialmente, no segundo de três dias de manifestações convocadas pela oposição contra o Governo e o elevado custo de vida.

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© SIMON MAINA/AFP via Getty Images

Lusa
20/07/2023 11:52 ‧ 20/07/2023 por Lusa

Mundo

Quénia

As escolas públicas foram encerradas no primeiro de manifestações, esta quarta-feira, nas três principais cidades do país - Nairobi, Mombaça e Kisumu - por ordem do Governo, e registaram-se confrontos na favela de Kibera, em Nairobi, nas cidades de Nakuru e Mombaça, e nos bastiões pró-oposição de Kisumu, Homa Bay, Kisii e Migori, no oeste do país.

Duas pessoas foram mortas a tiro em Kisumu, de acordo com o diretor de um hospital local. Mais de 300 pessoas foram detidas em todo o país, segundo o ministro queniano do Interior, Kithure Kindiki.

Eleito em agosto de 2022 com a promessa de apoiar os mais desfavorecidos, o Presidente William Ruto tem vindo a enfrentar a oposição crescente da coligação Azimio, reunida em torno de Raila Odinga - um antigo primeiro-ministro que obteve 48,85% dos votos nas presidenciais e ainda não reconhece os resultados eleitorais - nomeadamente desde a promulgação, no início de julho, de uma lei que introduz novos impostos que aumentam as dificuldades quotidianas dos quenianos.

O governo tem sido criticado pela repressão brutal levada a cabo pela polícia, incluindo o uso de munições reais contra manifestantes.

Numa declaração conjunta, na terça-feira, treze países ocidentais, incluindo os Estados Unidos e o Reino Unido, manifestaram preocupação com os "elevados níveis de violência" durante as últimas manifestações, instando as várias partes a "resolverem as diferenças pacificamente".

O grupo de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch instou, também na terça-feira, os líderes políticos a deixarem de rotular os manifestantes de "terroristas" e a respeitarem o direito a protestos pacíficos. O grupo criticou a polícia por ter usado a força e balas reais para confrontar os manifestantes.

A Azimio convocou três dias de manifestações antigovernamentais, de quarta a sexta-feira, no âmbito de um movimento de protesto lançado em março, marcado por vários atos de vandalismo, pilhagens e violência, que causaram a morte até agora de, pelo menos, vinte pessoas.

A oposição considerou que o primeiro dia de protestos foi "extremamente bem-sucedido" e pediu aos quenianos para saírem hoje às ruas "ainda mais fortes".

Leia Também: Pelo menos onze feridos em manifestações no Quénia contra custo de vida

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