Em comunicado, o Eliseu apresentou a nova composição do executivo, em que não mudam os chefes dos cargos mais políticos nem a primeira-ministra, que realiza na sexta-feira o seu primeiro Conselho de Ministros com o novo elenco.
As principais alterações são a do titular da Educação, na qual o historiador de origem senegalesa Pap Ndiaye será substituído pelo até agora ministro das Contas Públicas, Gabriel Attal - amigo pessoal de Macron com apenas 34 anos -, e a do ministro da Saúde, François Braun, substituído por Aurélien Rousseau, 47, que era chefe de gabinete de Borne.
Attal, que foi porta-voz do Governo (2020-2022) e é um dos homens de maior confiança de Macron, vai ocupar agora o ministério que gere o maior orçamento do executivo e com maior número de funcionários públicos (1,2 milhões).
Rousseau, militante comunista na juventude, tem uma longa carreira como alto funcionário público e formação na prestigiada Escola Nacional de Administração (ENA).
Entre 2020 e 2022, esteve na linha de frente do combate à pandemia de covid-19, como diretor da agência regional de saúde para a região de Paris.
Durante quase dois anos (2015-2017) trabalhou nos gabinetes dos primeiros-ministros socialistas Manuel Valls e Bernard Cazeneuve e desde maio de 2022 foi chefe de gabinete de Borne, que Macron finalmente confirmou no cargo, apesar das tensões dos últimos meses.
Entre as novas caras do executivo estão também o deputado Thomas Cazenave, na pasta das Contas Públicas, e o presidente da câmara de Dunquerque, Patrice Vergriete, na Habitação, além da deputada Aurore Bergé na Solidariedade.
Duas outras mulheres mudam de cargo: Sarah El Hairy, que deixa de ser secretária de Estado da Juventude e passa para a Biodiversidade, e Bérangère Couilllard, que era secretária de Estado da Ecologia e será ministra da Igualdade.
Autora de um golpe mediático por ter posado recentemente para a revista Playboy e também alegadamente envolvida num caso de peculato, Marlène Schiappa deixa o Governo, onde era secretária de Estado da Economia Social e Solidária.
Uma vez apresentado o novo gabinete, Macron deve dirigir-se aos franceses em formato ainda a ser definido até ao próximo domingo, quando inicia uma viagem de uma semana à Oceânia.
Na comunicação, deverá fazer um balanço dos 100 dias de ação desde a promulgação da polémica reforma da Segurança Social, que vai adiar progressivamente a idade mínima de aposentação de 62 para 64 anos, e que gerou amplos protestos sociais entre janeiro e maio.
Seguiram-se violentas manifestações motivadas pela morte de um adolescente de 17 anos, Nahel, abatido a tiro pela polícia em 27 de junho em Nanterre, arredores de Paris, num controlo de trânsito do qual fugiu.
Nas noites seguintes registaram-se tumultos em várias cidades francesas, em que edifícios, carros, instalações públicas e esquadras foram incendiadas, levando à detenção de centenas de pessoas, a maior parte das quais adolescentes e jovens, e deixando dezenas de polícias e manifestantes feridos.
Prevê-se que Macron apresente também uma linha política para os próximos meses, num contexto político que continua a ser marcado por não ter maioria absoluta na Assembleia Nacional para adotar os seus projetos legislativos e necessitar de apoio de partidos que não integram o seu governo.
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