"Muito preocupado com os atuais acontecimentos em Niamey [capital do país]. A UE condena qualquer tentativa de desestabilização da democracia e de ameaça à estabilidade do Níger", reagiu Josep Borrell, numa mensagem publicada na rede social X (até agora denominada Twitter).
O alto representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança disse ainda associar-se "às declarações proferidas pelo Presidente [Bola] Tinubu, da Nigéria", em nome da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
O Presidente do Níger denunciou uma tentativa de golpe de Estado hoje por parte de elementos da guarda presidencial e garantiu que o exército ripostará se não recuarem.
Na sua conta na rede social X (ex-Twitter), Mohamed Bazoum escreveu que alguns elementos da guarda presidencial se envolveram numa "manifestação antirrepublicana" e tentaram em vão obter o apoio das outras forças de segurança.
Na mesma mensagem, Mohamed Bazoum assegura que ele e a sua família estão bem, mas o exército e a guarda nacional estavam prontos para atacar se os envolvidos não mudassem de ideias.
Desconhece-se ainda o que desencadeou este movimento, mas as ruas em redor do palácio presidencial na capital, Niamey, foram bloqueadas, bem como alguns ministérios.
Bazoum foi eleito Presidente há dois anos, na primeira transferência pacífica e democrática de poder desde a independência do país de França, em 1960.
A ex-colónia francesa foi palco de quatro tentativas de golpe de Estado, com o primeiro em abril de 1974, contra o Presidente Diori Hamani, e o último em fevereiro de 2010, que derrubou o Presidente Mamadou Tandja.
Bazoum frustrou uma tentativa de golpe de Estado dias antes de tomar posse.
O Níger é um país parceiro privilegiado da França no Sahel assolado pela violência fundamentalista islâmica em várias partes do seu território.
A história deste país vasto, pobre e desértico, tem sido pontuada por golpes de Estado.
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