Mulher acusa polícia de a despir, drogar e violar durante detenção

Caso aconteceu em Manchester, no Reino Unido. Zayna Iman, que esteve detida durante 40 horas, teve acesso a alguns dos vídeos das câmaras de vigilância da esquadra. Contudo, há três horas de filmagens 'perdidas'.

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© CCTV

Notícias ao Minuto
27/07/2023 10:24 ‧ 27/07/2023 por Notícias ao Minuto

Mundo

Violência policial

Zayna Iman, de 38 anos, acusa a polícia de Manchester, no Reino Unido, de a ter despido, drogado e violado durante a detenção de 40 horas a que esteve sujeita, em fevereiro de 2021.

Nas imagens partilhadas pela mesma com a comunicação social britânica, segundo a Sky News, vê-se a mulher com as mãos algemadas atrás das costas, deitada de barriga para baixo no que parece ser uma maca.

Os polícias tiram-lhe as calças, cortam-lhe as cuecas e vestem-lhe umas calças largas. De seguida, tiram-lhe a blusa e o sutiã e deixam-na sozinha, em topless. Posteriormente, cobrem-na com um cobertor. Tudo isto enquanto Zayna estava inconsciente.

"Em vez de chamaram por socorro para uma mulher inconsciente, eles pensaram: 'Vamos tirar a roupa dela e deixá-la ali' […]. Apenas pensaram nas suas fantasias perversas", acusou a britânica, cuja a memória da detenção só surge em 'flashbacks'.

Apesar de ter tido acesso a algumas das filmagens das câmaras de videovigilância, há três horas (não consecutivas) que não foram entregues a Zayna. Desapareceram simplesmente, sem nenhuma justificação.

As alegações de Zayna são cimentadas pelos seus registos médicos que mostram evidências de lesões sexuais. A mulher conta ainda com o apoio do ex-chefe da polícia de Manchester.

"Acredito que foi violada. Acredito que ela foi violada por um polícia e que a organização está a encobrir isso", afiançou à Sky News Martin Harding.

À imprensa britânica, a polícia de Manchester não explicou porque é que há três horas de gravação das câmaras de vigilância desaparecidas. Contudo, garantiu que, atualmente, "não há evidências de que algum agente tenha cometido algum tipo de crime" e que o caso continua a ser investigado internamente.

O caso remonta à madrugada do dia 5 de fevereiro de 2021. A polícia entrou em casa de Zayna depois de receber uma denúncia de que esta tinha consumido cocaína. Surpreendida com a presença das autoridades, a britânica terá reagido com alguma violência e partido os óculos de uma das agentes. A partir daí tudo se desmoronou.

Governo quer investigação

O caso de Zayna não é único. Outras duas mulheres garantiram à Sky News que algo semelhante lhes aconteceu na mesma esquadra. Mas não querem ser identificadas por terem medo de represálias.

Confrontado com o caso de Zayna, o governante Chris Philp, o responsável pelas polícias no Reino Unido, sob a tutela da Administração Interna, disse que vai contactar o Gabinete Independente de Conduta Policial, para saber se está a par das acusações.

"Não posso obrigá-los a investigar, mas vou chamar a atenção deles para este caso hoje [ontem]", disse à Sky News, acrescentando que estes podem já estar a investigar as acusações.

Além disso, o governante garantiu que vai falar com o responsável pela esquadra envolvida nas acusações para se inteirar da situação e da investigação interna.

Leia Também: Fingia ser polícia para burlar vítimas com quem iniciava relações online

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