Tentativa de golpe de Estado no Níger? "Luta contra os colonizadores"

Uma organização russa ligada ao grupo paramilitar Wagner difundiu uma mensagem alegadamente do seu líder, Yevgeny Prigozhin, afirmando que a tentativa de golpe de Estado no Níger é uma "luta contra os colonizadores".

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© Mikhail Svetlov/Getty Images

Lusa
28/07/2023 11:50 ‧ 28/07/2023 por Lusa

Mundo

Yevgeny Prigozhin

A Comunidade de Oficiais para a Segurança Internacional (COSI), considerada pelos Estados Unidos como uma fachada para o grupo Wagner na República Centro-Africana (RCA), partilhou uma mensagem áudio atribuída a Yevgeny Prigozhin no Telegram, na noite de quinta-feira.

A voz e o tom característicos de Prigozhin são reconhecíveis, mas a agência AFP não pode confirmar a total autenticidade da mensagem, uma vez que o chefe do grupo Wagner não emitiu qualquer declaração oficial nas contas da sua organização desde 26 de junho, após a sua tentativa abortada de motim na Rússia.

"O que aconteceu no Níger não é outra coisa senão a luta do povo do Níger contra os colonizadores que estão a tentar impor-lhes as suas regras de vida", afirma alegadamente Prigozhin na mensagem.

"Para manter (os povos africanos) sob rédea curta, os antigos colonizadores estão a encher estes países de terroristas e de vários bandos armados, criando eles próprios uma enorme crise de segurança", afirma.

Segundo ele, os "antigos colonizadores" enviaram missões militares com "dezenas de milhares de soldados que não estão em condições de defender a população de Estados soberanos".

"A população está a sofrer. E é daí que vem o amor pela empresa privada Wagner e a eficácia de Wagner, porque mil combatentes Wagner são capazes de estabelecer a ordem e destruir os terroristas", diz Yevgeny Prigozhin.

Desde quarta-feira à noite, os militares golpistas raptaram o Presidente do Níger, Mohamed Bazoum, um aliado francês neste país que é o último pivot das operações anti-terroristas da França no Sahel.

Os militares golpistas apelaram "à população para manter a calma" após os incidentes ocorridos durante uma manifestação em Niamey organizada para os apoiar, durante a qual foram hasteadas bandeiras russas e entoadas palavras de ordem antifrancesas.

As alegadas declarações de Yevgeny Prigozhin surgem no momento em que se realiza em São Petersburgo a segunda cimeira Rússia-África, na qual participam dezenas de delegações de países africanos e o Presidente russo, Vladimir Putin.

Leia Também: Prigozhin fotografado em São Petersburgo (onde também está Putin)

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